Em São Tomé a Príncipe, a taxa de abandono escolar continua alta e, entre outras causas, aponta-se a difícil situação dos alunos que, muitas vezes, enfrentam muitas dificuldades para se alimentarem.
O Ministério da Educação está a promover várias iniciativas para vencer o desafio de alimentar diariamente cerca de 50 mil alunos do ensino básico.
Pais e encarregados de educação de crianças vulneráveis apontam os três fatores que mais contribuem para o abandono escolar no ensino básico: a longa distância entre a escola e a comunidade, a falta de vias de acesso e ausência de alimentação escolar.
“As crianças correm muitos riscos na estrada até chegarem à escola, principalmente quando chove”, lamenta Edgar Nascimento, pai de duas alunas que todos os dias são obrigadas a percorrer longad distâncias para frequentar as aulas em Ubá-Búdo, distrito de Cantagalo, ao sul de São Tomé.
Entretanto “a garantia de uma refeição quente na escola é um bom motivo para manter as crianças no sistema de ensino”, diz a ministra da Educação que reconhece tratar-se de um dos maiores desafios do setor.
“Nós em São Tomé e Príncipe temos cerca de 50 mil crianças que damos refeição quente todos os dias”, lembra Isabel Viegas de Abreu.
Com o apoio do Programa Alimentar Mundial, embaixadas e alguns projetos financiados por organismos internacionais, o Ministério da Educação está a desenvolver um projeto que visa a criação de hortas e pequenos aviários no recinto escolar.
Miriam Trindade é técnica de um dos organismos que abraçou esta iniciativa e diz que "estas hortas e estes pequenos aviários estão a dar bons resultados e vão contribuir para uma refeição melhorada das crianças nessas escolas”.
Outra iniciativa envolve agricultores e pescadores que estão a receber apoio material em troca de banana, hortaliça, tubérculos e peixe para as cantinas escolares.
Alberto Leal, da equipa multi-setorial envolvida neste projeto de melhoria da alimentação nas escolas, visando a diminuição da taxa de abandono escolar em São Tomé e Príncipe", classifica a "iniciativa de excelente" e espera que ela seja permanente de forma a permitir que as crianças, sobretudo de famílias vulneráveis, "possam conseguir um melhor nível de escolaridade e de desenvolvimento para o bem e o futuro deste país”.
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