O novo ano letivo arrancou em São Tomé e Príncipe, mas dezenas de escolas não abriram as portas devido ao seu estado de degradação.
Muitos problemas do passado transitaram para o novo ano escolar.
Governo, sindicatos, analistas, pais e encarregados de educação lamentam a degradação sistemática da qualidade de ensino no arquipélago.
De acordo com a ministra da Educação, Cultura e Ciência, no ano letivo passado, o país registou a maior taxa de sempre de abandono escolar “fruto de emigração de centenas de famílias para a Europa”.
Agora, Isabel Viegas de Abreu manifestou-se igualmente preocupada com outros fenómenos que na sua opinião têm abalado o sistema de ensino, como "a saída massiva dos técnicos do Mistério da Educação para o exterior, a degradação das infraestruturas escolares, o vandalismo, a greve dos professores e a falta de envolvimento dos país no processo educativo”.
“Os alunos incutiram na cabeça que só precisam de dez para safar. Este é o termo utilizado por eles”, disse, por seu lado, Edimila Fernandes, supervisora do Ministério da Educação, adiantando que a fraca taxa de conclusão também tem a ver com o facto de os alunos “só estarem a pensar em sair do país mesmo sem concluir a 12ª classe”.
A má qualidade dos professores é outro constrangimento.
O presidente da maior universidade privada do arquipélago, Liberato Moniz, diz que “ser professor hoje não depende da capacidade do docente em termos de qualidade e do conhecimento cientifico, tem a ver com a militância política”.
Moniz acrescenta que” muitas vezes os partidos impõem ao ministro da Educação e às direções de ensino professores seus para que tenham uma fonte de rendimento”.
Para o presidente da Associação dos Pais e Encarregados de Educação do Liceu Nacional, Mikail Barros, a desmotivação dos professores é outro problema que afeta o rendimento escolar e que continua sem solução a vista.
“Recentemente o país conheceu uma greve dos professores que se arrastou por mais de um mês e a solução final não foi o que eles esperavam e por isso ainda se nota a desmotivação no rosto dos professores”, aponta aquele ativista social, mencionando outros problemas que transitaram para o novo ano letivo que arrancou n a terça-feira, 1, com 61 mil alunos inscritos em todos os níveis de ensino.
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