A Sociedade Angolana de Combustível (Sonangol) desmentiu, hoje, as informações que apontavam para uma eventual "falência técnica" ou "bancarrota" da empresa .
O presidente do Conselho da Administração da petrolífera angolana, Francisco de Lemos Maria, chamou os jornalistas para sustentar a desmentido feito este este Domingo, em comunicado de imprensa.
Ele disse que a empresa que dirige tem capital suficiente para satisfazer todas as obrigações de curto prazo, devendo manter o seu plano de investimentos.
Um relatório interno da Sonangol, publicado por alguns órgãos de informação, incluindo a VOA, em Junho, afirmou que o actual modelo operacional é “insustentável” e "falido" e que precisa de reformas urgentes.
O documento afirma que o actual modelo operacional da companhia caracteriza-se pela crescente dependência da Sonangol daquilo que chama “contribuição de terceiros para a geração de resultados” e ainda de encargos para terceiros, ou seja ´outsourcing´ de serviços, do básico ao especializado.
O modelo é insustentável, alerta o relatório que sublinha ser urgente a mudança de sistema. “O modelo operacional da Sonangol fracassou e está falido (...) deixamos de aprender a saber fazer e aprendemos a contratar e subcontratar”.
O relatório refere que na companhia petrolífera angolana proliferam os contratos de prestação de serviços, desde finanças a serviços médicos, de formação a gestão da cadeia logística, com a presença crescente de “contratos fantasmas, contratos in-house e até a contratação connosco próprios”.
Segundo o documento, funções críticas da empresa são desempenhadas por terceiros e virtualmente por todas as subsidiárias da empresa, em que mais de metade dos trabalhadores provêm do sistema de contratação de serviços.
O documento avisa que a Sonangol apresenta “uma extrema debilidade de assentar-se e mover-se por si própria” e considera que se se tiver em conta o sistema de ´outsourcing´ de serviços o resultado líquido torna-se negativo.
Alguma imprensa portuguesa, com base no relatório, admitiu um cenário de crise financeira que a empresa estaria a viver, fruto de falhas no seu modelo operacional de gestão.
Para a Sonangol, tais notícias não passam de rumores transmitidos por "artigos de opinião".
O responsável da petrolífera angolana desmentiu o encerramento de representações na Europa, América e Ásia.
A Sonangol, disse Lemos Maria, possui um nível geral de endividamento actual de 13.786 milhões de dólares, contra um nível de capitais próprios superior a 21.988 milhões de dólares.