Um relatório interno da companhia petrolífera angolana Sonangol avisa que o actual modelo operacional é “insustentável” e "falido" e que precisa de reformas urgentes.
O documento afirma que o actual modelo operacional da companhia caracteriza-se pela crescente dependência da Sonangol daquilo que chama “contribuição de terceiros para a geração de resultados” e ainda de encargos para terceiros, ou seja outsourcing de serviços do básico ao especializado.
O modelo é insustentável, alerta o relatório que sublinha como urgente a necessidade de mudar o sistema.
“O modelo operacional da Sonangol fracassou e está falido”, conclui o documento que acrescenta que “deixamos de aprender a saber fazer e aprendemos a contratar e subcontratar”.
O relatório faz notar que na companhia petrolífera angolana proliferam os contratos de prestação de serviços, desde finanças a serviços médicos, de formação a gestão da cadeia logística, com a presença crescente de “contratos fantasmas, contratos in-house e até a contratação connosco próprios”.
O documento diz que funções críticas da empresa são desempenhadas por terceiros e virtualmente por todas as subsidiárias da empresa, em que mais de metade dos trabalhadores provêm do sistema de contratação de serviços.
O documento avisa que a Sonangol apresenta “uma extrema debilidade de assentar-se e mover-se por si própria” e considera que se se tiver em conta o sistema de outsourcing de serviços o resultado líquido torna-se negativo.
O mesmo documento, em cujas folhas aparece o nome do presidente da Sonangol, Franciso de Lemos, termina dizendo que, quer para o exercício da função concessionária, quer para as subsidiárias e para os órgãos corporativos de suporte, o modelo operacional da Sonangol precisa de urgente reposicionamento. Exige mesmo uma reforma imediata, com várias propostas, apresentadas no relatório elaborado em Maio, mas que só agora veio a público.