A Fundação Amílcar Cabral, em parceria com a Associação dos Combatentes da Liberdade da Pátria, promove, na Praia, um simpósio internacional sobre a vida e obra do primeiro presidente cabo-verdiano, Aristides Maria Pereira.
Nascido na ilha da Boa Vista, Pereira foi um dos fundadores do PAIGC, partido que conduziu a luta de libertação da Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Com a morte de Amílcar Cabral, Aristides Pereira assumiu a liderança do partido, tendo a partir de 5 de Julho de 1975, data da independência, assumido a presidência do arquipélago até 1991.
Para o investigador guineense Julião Sousa, Pereira foi um grande líder e, embora discreto, sempre esteve na dianteira dos principais assuntos da vida do PAIGC e no processo da luta de libertação.
Sousa considera que Aristides era de facto o braço direito e a pessoa que contribui muito para a consolidação da liderança de Amílcar Cabral.
“Com o assassinato do líder, a sua capacidade de liderança foi determinante para conduzir o PAIGC e o processo da luta, por isso entendo que Aristides Pereira é uma figura incontornável no processo de libertação da Guiné-Bissau e Cabo Verde, sem esquecer a sua contribuição na revolução desencadeada nos outros países africanos”, realça Sousa.
Na mesma linda de ideia, a conferencista Ângela Coutinho enaltece o papel que o antigo dirigente teve na luta que conduziu as independências dos dois países africanos de língua portuguesa.
O simpósio que decorre até sábado, 18, reúne personalidades nacionais e estrangeiras, incluindo os que partilharam momentos na Guiné Conacri, país que acolheu dirigentes que lutavam para a libertação dos respectivos países.