O primeiro presidente de Cabo Verde Aristides Pereira, indeferiu um pedido do do então ministro da defesa, Silvino da Luz, para se prender o conhecido professor e escritor Baltazar Lopes da Silva.
Esta revelação está contida num livro de memórias do falecido dirigente escrito por José Vicente Lopes, livro esse que tem causado alguma controvéria no país.
O autor negou veementemente notícias segundo as quais estaria a ser alvo de pressões por parte do partido no poder, o PAICV, devido á publicaçao do livro.
Numa entrevista à Voz da América, Lopes disse que o livro de cerca de 500 páginas, é o produto de um longo trabalho que envolveu muitas conversas com Aristides Pereira
Aristides Pereira escreveu ele próprio uma auto biografia mas Vicente Lopes disse que as “Memórias” surgiram “devido a constatação que o anterior livro que ele fez não respondia a muitas questões e mesmo em relação á sua vida”.
“Ele acabou por aceitar a ideia,” disse Vicente Lopes.
Outra questão que o livro aborda é o assassinato de Renato Cardoso então membro do governo de Aristides Pereira.
O antigo presidente revela que no dia anterior à sua morte Renato Cardoso pediu ao então presidente para o receber e que no encontro manifestou preocupações quanto à possibildiade de ser preso
Aristides Pereira não terá tomado essas apreensões muito a sério poque “achou que era intriga” .
Por "coincidencia ou não" Cardoso foi assassinado no dia seguinte levantando uma série de especulações sobre o caso
A morte de Amílcar Cabral e o envolvimento ou não de cabo verdianos na conspiração é outro dos temas abordado no livro que contem também revelações de natureza pessoal que se desconheciam até agora.
Aristides Pereira, disse Vicente Lopes, era muito “introvertido”, uma pessoa “austera” que “se fechava com as pessoas” e daí que muitos o considerassem “uma barra de gelo ou uma estátua”.
Talvez por isso o antigo presidente era também uma pessoas que acompanhava o processo politico “ com “cautela e reserva”.
“Foi isso que permtiu que o regime aqui em Cabo Verde não fosse tão extremista como em Angola ou Moçambique, Guine e São Tomé,” disse o autor.
“Aristides Pereira não tinha grandes veleidades i deológicas. Era um chefe de família que provàvelmente dirigia Cabo Verde nessa perspectiva,” acrescentou.
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