O porta-voz dos Serviços Penitenciários, Menezes Cassoma, disse hoje em entrevista à rádio pública que vão ser restringidas as visitas aos 17 activistas, por supostamente estarem a influenciar negativamente a conduta dos presos condenados por crimes de rebelião, tentativa de golpe de Estado e associação de malfeitores, em penas que vão de dois anos e três meses a oito anos e seis meses.
Familiares e advogados não vêem com bons olhos esta decisão.
“Tudo começou após a visita, no último sábado, de cerca de 15 jovens e por isso os Serviços Penitenciários pode nos próximos dias restringir visitas de algumas pessoas”, garantiu Cassoma que também confirma a briga entre as activistas Rosa Conde, Laurinda Gouveia e outras reclusas na prisão, justificando o desacato com uma visita de 15 jovens que terão influenciado as detidas a fazerem um protesto de nudez.
Na entrevista, Menezes Cassoma classificou também como indecorosa a atitude do activista Luaty Beirão em se manter em protesto de nudez.
Em reacção às declarações do porta-voz dos Serviços Prisionais, a mãe do activista preso Osvaldo Caholo, Isabel Correia, disse não ter sido informada ainda da medida, mas que ela poderá prejudicar as famílias dos presos.
Por seu lado, Luís do Nascimento, membro da equipa de defesa dos 17 activistas, afirma que a medida é discriminatória e que os Serviços Penitenciários devem ser responsabilizados pelo que aconteceu em vez deprocurar subterfúgios para penalizar os reclusos.
“É um acto discriminatório e os Serviços Penitenciários não devem vir com subterfúgios, para penalizar os reclusos, devem é ser responsabilizados pelo que aconteceu”, defendeu Nascimento.
O advogado revelou à VOA ter dado entrada ontem, 10, no Tribunal Constitucional, a fundamentação do pedido de habeas corpus e diz estar optimista quanto ao desfecho do caso.