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Sacerdotes congoleses refugiam-se em Angola


Refugiados da RDC em Lunda Norte, Angola
Refugiados da RDC em Lunda Norte, Angola

Rebeldes atacam e destroem paróquias.Campanha da Igreja católica angolana para ajudar 30.000 refugiados aumenta

As autoridades angolanas estão a desdobrar-se na busca de solução e na criação de condições logísticas para acomodar os refugiados provenientes da RDC e que entram pela fronteira leste do país.

Campanha católica pelos refugiados congoleses -18.08
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São perto de 30. 000 Congoleses democráticos que entraram em território angolano em busca da paz, segurança e acomodação devidos aos conflitos militarem que se vive naquele país vizinho de Angola.

A situação precária por que passam os expatriados comoveu o braço de ajuda e caridade da igreja católica em Angola.

Desde o passado dia 15 de Maio a igreja tem estado a promover uma campanha de solidariedade a favor dos refugiados provenientes da RDC e que se instalaram no centro de acolhimento na província da Luanda Norte;

A missionária Ilda Curande esteve no princípio do mês passado no centro de acolhimento de refugiados da Kakanda e em entrevista a rádio católica angolana falou do drama que se vive naquelas paragens.

“A alimentação que é distribuída é o básica nomeadamente a fuba, arroz, feijão óleo e sal”, disse acrescentando que “muitas pessoas desnutridas precisam de outro tipo de alimentação”.

A missionária da igreja católica queixou-se que a burocracia também tem estado a impedir um serviço que devia ser de imediato.

Os refugiados da RDC vindos das províncias congolesas de Kassai e Kassai Central estão acampados em centros de acolhimento do Mussungue e da Cacanda criados na província da Lunda Norte, região que do ponto de vista da administração da igreja católica chama-se diocese do Dundo onde Dom Estanislau Marques Tchindekassi é o bispo local.

De acordo com o prelado os padres congoleses não escaparam das mãos das milícias, pelo que alguns sobreviventes também estão entre os refugiados que entraram para Angola.

“Das 45 paróquias 28 tinham, sido saqueadas e incendiadas e proibiram as pessoas de celebrar. Muitos sacerdotes tinham fugido para salvar a sua pele e a do seu povo”, disse o bispo

A mobilização solidária da igreja católica a favor dos refugiados já se estendeu em todas as províncias do país.

Tudo acontece numa altura em que o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) já se pronunciou a propósito sublinhando que entre os refugiados que chegaram ao leste de Angola incluem-se pessoas "com ferimentos graves e queimaduras, que tem sido transferidos para os hospitais locais para receber atendimento médico urgente".

O Governo angolano tem sido acusado de despertar tardiamente para a necessidade de um reforço na logística para o acolhimento dos refugiados congoleses.

M o Politólogo Agostinho Sikato refere que não se trata de questões políticas, mas uma questão de orçamento e de agenda do país, onde não estava prevista a recepção de emigrados;

Com efeito o Governo central de Angola tem estado a se desdobrar para pôr cobro a situação desumana por que passam os refugiados acolhidos na província da Luanda Norte.

No capítulo social, o Ministério da Assistência e Reinserção Social já foi orientado pela presidência da República para envidar esforço para dar uma resposta favorável a esta situação.

O Director do Centro de Debates e Estudos Académicos alerta para necessidade de se ter cautela do ponto de vista da segurança nacional na recepção dos emigrados provenientes da RDC para que não se ponha em risco as fronteiras angolanas.

Agostinho Sikato defende também a necessidade de se criarem políticas emergentes que sejam multissectoriais para que o acolhimento dos refugiados não resulte numa instabilidade para Angola.

“É preciso um esforço conjugado entre as forças de segurança e da ordem sob pena de a situação estar pior. E o grave é que podemos ter uma instabilidade a começar por aqui, caso não assegurarmos isto e permitir que os rebeldes entrem em Angola”,afirmou.

O analista entende por outro lado que já é altura das organizações regionais adoptarem uma medida dura contra a RDC, já que é reincidente em situações de conflitos e que resultam sempre no surgimento de refugiados para outros países.

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