Os dois centros de acolhimento dos refugiados da República Democrática do Congo na província angolana da Lunda Norte continuam a receber cidadãos que fogem do conflito na província do Kasai.
Até sexta-feira, estavam contabilizados mais de 23 mil refugiados registados, sem contar outros que se encontram fora dos centros
Em entrevista à VOA a partir do Dundo, o governador da província Eduardo Muangala abordou a chegada dos refugiados (na altura cerca de 22 mil), “quando a província não estava preparada”, problema que foi contornado com o apoio do Governo central, do Alto Comissariado das Nações Unidos para os Refugiados e de outras agências internacionais e organizações não governamentais angolanas.
Muangala garante alimentação e atenção médica a todos, destacando que “há crianças que nunca tinham sido vacinadas, nem tido qualquer assistência médica”.
O campo de refugiados do Lóvua, a 90 quilómetros das áreas de conflitos, “dever ser estar pronto dentro de duas semanas para acolher todos que fogem da RDC”, revelou Muangala que diz “não haver qualquer registo de conflitos nos centros de acolhimento ou na fronteira”, ao contrário de várias informações postas a circular por diversas fontes.
O Governador da Lunda Norte admite estar preocupado com o futuro porque diariamente há pessoas “a chegar a Angola”.
Ernesto Muangala defendeu ainda que é hora da comunidade internacional “intervir para levar as partes a um entendimento porque as pessoas estão a sofrer e a RDC é um país com muito peso na África”.
Oiça a rubrica Agenda Africana, com o governador da Lunda Norte Ernesto Muangala: