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São Tomé e Príncipe e a incógnita da graduação a país de rendimento médio


Cidade de São Tomé, São Tomé e Príncipe
Cidade de São Tomé, São Tomé e Príncipe

Primeiro-ministro fala em "marco histórico" e analistas divergem sobre consequências dessa decisão da ONU

A graduação recente de São Tomé Príncipe a país de rendimento médio pela Assembleia Geral das Nações Unidas tem tido vários leituras no país.

Enquanto analistas políticos divergem quanto à decisão, tendo em conta as suas consequências, o Governo marco histórico, mas reconhece o desafio face à diminuição da ajuda externa.

Nas ruas de São Tomé, são poucos os cidadãos que sabem o que significa essa graduação, que acontece apesar do Orçamento Geral do Estado depender em mais de 90 por cento da ajuda externa.

“Todos sabemos que São Tomé e Príncipe não está à altura desta graduação. Os dados estatísticos que existem no país não correspondem com a realidade que temos”, adverta o analista político Liberato Moniz, sublinhando que “o país deu um passo em falso”.

Ele acrescenta que esta decisão "vai agravar substancialmente a vida dos são-tomenses, a partir deste momento podemos ter no país uma situação catastrófica com endividamentos irresponsáveis face à suspensão da ajuda externa”.

Visão diferente tem o economista Paulo Barros, que diz preferir "olhar para essa graduação como um desafio, como uma oportunidade, e com otimismo".

A partir de agora, "aqueles que decidem governar o país vão ter que melhorar a sua prestação porque passarão a ser confrontados com resultados e a capacidade para criarem valores para a economia”, sustenta Barros que também vê nesta decisão uma pressão à classe politica.

“A comunidade internacional está a nos abrir os olhos, dizendo basta, vocês têm pernas e comecem a caminhar sozinhos”, conclui Barros.

Por seu lado, o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, disse que se trata de um "marco histórico", mas reconheceu que a graduação deve ser encarada com maturidade e determinação perante aos novos desafios e responsabilidades.

De recordar que um estudo divulgado no ano passado pela economista e antiga primeira-ministra, Maria das Neves, alertaou para o colapso da economia do arquipélago face à suspensão das ajudas internacionais após a graduação ao país de desenvolvimento médio que já tinha sido previsto desde 2015.

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