O Kremlin saudou no domingo, 23, o diálogo entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o Presidente russo, Vladimir Putin como "promissor" e prometeu que "nunca" abdicaria de territórios tomados no leste da Ucrânia.
Trump rompeu com a política ocidental no início deste mês ao telefonar a Putin para discutir como pôr fim ao conflito na Ucrânia — um apelo saudado por Moscovo como o fim de três anos de isolamento do líder do Kremlin desde que lançou a sua ofensiva em grande escala em fevereiro de 2022.
Autoridades russas e norte-americanas de alto nível reuniram-se na Arábia Saudita na semana passada para discutir uma "restauração" de laços e iniciar uma discussão sobre um possível cessar-fogo na Ucrânia — tudo sem o envolvimento de Kiev ou da Europa.
"Este é um diálogo entre dois presidentes extraordinários", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à televisão estatal no domingo. "Isto é promissor", acrescentou.
É importante que nada nos impeça de concretizar a vontade política dos dois chefes de Estado."Dmitry Peskov, Porta-voz do Kremlin
As propostas de Trump a Moscovo geraram alarme em Kyiv e em toda a Europa. Mas não é claro se as suas ações conseguirão aproximar Moscovo e Kiev de uma trégua.
Peskov descartou no domingo quaisquer concessões territoriais como parte de um acordo. "O povo decidiu juntar-se à Rússia há muito tempo", disse, referindo-se às votações organizadas por Moscovo no leste da Ucrânia, realizadas no meio da ofensiva, que foram consideradas falsas por Kiev, pelo ocidente e por observadores internacionais. "Nunca ninguém venderá estes territórios. Essa é a coisa mais importante."
Vontade de Deus
Putin disse que Deus e o destino confiaram, a ele e ao seu exército, "a missão" de defender a Rússia.
"O destino assim o quis, Deus assim o quis, se assim posso dizer. Uma missão tão difícil quanto honrosa - defender a Rússia- foi colocada sobre os nossos ombros e os vossos juntos", disse aos militares que combateram na Ucrânia.
A Rússia celebrou no domingo o Dia do Defensor da Pátria — um feriado que homenageia soldados e veteranos — um dia antes do aniversário de três anos do início da sua ofensiva em grande escala.
"Hoje, arriscando as suas vidas e com coragem, estão a defender resolutamente a sua pátria, os interesses nacionais e o futuro da Rússia", disse Putin num vídeo divulgado pelo Kremlin.
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