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Ruanda diz não temer isolamento devido à guerra no Leste da RDC


Olivier Jean Patrick Nduhungirehe
Olivier Jean Patrick Nduhungirehe

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Ruanda disse na quarta-feira, 26, que o país não teme ficar isolado devido à guerra no leste da República Democrática do Congo (RDC), insistindo que não será impedido de defender as suas fronteiras.

O M23, apoiado pelo Ruanda - segundo a RDC e as Nações Unidas - tomou nas últimas semanas duas grandes cidades no leste da República Democrática do Congo, dando ao grupo armado uma posição importante na região desde que voltou a pegar em armas no final de 2021.

"Quaisquer conversas sobre medidas punitivas e sanções contra o Ruanda não nos podem impedir de proteger as nossas fronteiras e a nossa população", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Olivier Nduhungirehe, à associação de correspondentes da ONU, a ACANU, acrescentando que o seu país "não tem medo de ficar isolado".

Estamos a enfrentar uma ameaça existencial contra o nosso país de uma força genocida. "Portanto, falar sobre isolamento diplomático não é realmente uma preocupação por enquanto." Nduhungirehe esteve em Genebra para discursar no Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

Os Estados Unidos sancionaram o Ministro de Estado para a Integração Regional do Ruanda, James Kabarebe, e o porta-voz do M23 e da Aliança do Rio Congo, Lawrence Kanyuka Kingston, juntamente com duas das empresas de Kanyuka, a Kingston Fresh e a Kingston Holding, por ligações "à violência e às violações dos direitos humanos no leste da República Democrática do Congo (RDC)".

A Grã-Bretanha disse na terça-feira que estava a suspender a maior parte da ajuda bilateral direta ao Ruanda.

Países da África Oriental e Austral consideram possibilidade de enviar forças para a RDC

Os países da África Oriental e Austral estão a estudar a possibilidade de enviar tropas para proteger áreas do leste da República Democrática do Congo, que se encontra atualmente sob controlo dos rebeldes do M23, avançou a agência Reuters.

O documento diz que os blocos regionais da EAC e da SADC estão a considerar pedir um mandato, juntamente com forças não especificadas da União Africana, para proteger as áreas controladas pelo M23 nas províncias de Kivu do Norte e do Sul, e que a missão de manutenção da paz da ONU, MONUSCO, também poderia ser convidada a reforçar a sua presença na região.

A África do Sul concluiu na quarta-feira, 26, a evacuação de 127 militares das linhas da frente do conflito no leste da RDC, quatro dos quais ficaram gravemente feridos, informou o exército.

(Este artigo foi elaborado com algumas informações da AFP e Reuters)

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