O conhecido republicano Newt Gingrich, líder da Câmara dos Representantes no anos 90, anuncia quarta-feira a sua candidatura à presidência dos Estados Unidos.
Newt Gingrich, projectado para a fama nos Estados Unidos em 1994 anuncia a candidatura no Facebook e no Twitter, seguindo-se uma entrevista ao canal americano FOX News, segundo o seu porta-voz Rick Tyler.
O ex-líder da Câmara dos Representantes durante a presidência de Bill Clinton, tem hoje 67 anos, e foi o primeiro líder político a anunciar em Março a intenção de se candidatar às eleições de 2012.
A menos de 18 meses as eleições, não há muitos republicanos dispostos a enfrentar o Presidente Barack Obama.
Mick Romney, candidato em 2008, tenciona apresentar-se, mas a maioria quer ver se o Presidente recupera da derrota dos democratas nas legislativas do ano passado, antes de avançar.
Outros, ainda, querem avaliar o impacto da extrema direita do partido, congregada em redor do chamado Tea Party, antes de avançar, com receio que esta facção venha a dominar as primárias e a destruir os candidatos republicanos mais moderados.
Gingrich foi o arquitecto da derrota dos democratas nas legislativas de 1994, que deixaram o então presidente Bill Clinton em apuros. Mas depois não soube colher frutos dessa vitória e o seu nome ficou associado a vários desaires políticos:
- Por aquilo que a Imprensa descreveu na altura como uma “birra”, obrigou o governo federal a fechar por falta de verbas orçamentais em 1995; a opinião pública aliou-se a Bill Clinton que foi re-eleito em 1996;
- Em 1997 foi repreendido pela comissão de ética do Congresso por declarações enganosas a uma comissão de inquérito;
- Em 1998, foi obrigado a demitir-se devido a maus resultados nas legislativas desse ano, vistas como o repúdio das tentativas republicanas de impugnação de Clinton, apanhado num escândalo de adultério.
Mas o próprio Gingrich viria a ser apanhado numa situação adúltera quando ainda era casado, tendo depois abandonado a mulher que sofria de um cancro da mama, para viver com uma amante.
Estas questões morais são, em geral, difíceis para os conservadores religiosos do Partido Republicano, mas Gingrich parece apostar mais no apoio do movimento Tea Party, que é ultra-conservador mas menos religioso do que o costume.