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Repressão policial a vigília promovida pela UNITA e PRS no Huambo termina em nove feridos


Jovem ensanguentado devido a repressão policial no Huambo, Angola, 28 outubro 2020
Jovem ensanguentado devido a repressão policial no Huambo, Angola, 28 outubro 2020

Mais de uma dezenas de pessoas foram presas no evento convocado em solidariedade aos activistas detidos em Luanda

Pelo menos nove pessoas ficaram feridas, na noite de quarta-feira, 28, no Huambo, capital da província angolana com o mesmo nome, numa operação policial que reprimiu uma vigília organizada por militantes da JURA, movimento juvenil da UNITA, e pelo PRS, bem como alguns sectores da sociedade civil em solidariedade para com os activistas detidos em Luanda.

Polícia reprime manifestantes no Huambo - 2:30
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Ao descrever o que chama de ‘’terrorismo da Polícia Nacional’’, a UNITA aponta para três feridos em estado grave, vítimas de mordeduras de cães e cacetes, ao passo que o Comando Provincial refere que um efectivo seu foi agredido por manifestantes.

Antes mesmo da vigília ter começado, havia um forte aparato policial em quase todas as esquinas da cidade, com agentes fortemente armados, munidos com bomba de gás lacrimogêneo e os cães para o ataque.

A policia estar a ser acusada de fazer vários disparos e de ter usadi bomba de gás lacrimogéneo para dispensar os manifestantes que pretendiam galgar atá as instalações da Procuradoria da República.

O deputado da UNITA, Eduardo Dumba, que chegou a acender uma vela em nome dos activistas e do líder nacional da JURA, conta que mais de 100 agentes da Polícia efectuaram disparos para reprimir a juventude presente no Jardim da Cultura.

O parlamentar acrescenta que a vigília foi anunciada a várias instituições, entre as quais a Procuradoria-geral da República.

"Eram muitos polícias com cães e porretes, fizeram disparos para o ar, por isso os jovens fugiram. Não havia necessidade, nenhuma. Temos sete feridos, sendo três em estado grave, e um jovem está inconsciente’’, conta Dumba que classificou a acção de “terrorismo policial’’.

O secretário provincial do PRS, Solia Selende, afirma que “neste momento o PRS controla quatro feridos e a UNITA deve ter um número maior de feridos e outros desaparecidos".

UNITA cercada

Ele conta que começaram agredir os homens com tendência de matar, as partes para onde desferiram eram mesmo para matar. Não temos polícia, temos homens de azul em nome do MPLA”.

Momentos depois, a delegação da UNITA no Huambo foi sitiada pelas autoridades policiais, uma vez que alguns jovens utilizaram-na como esconderijo.

Na manhã desta sexta-feira, 29, o clima que se vive na cidade é de grande tensão e os militantes do “galo negro” temem pela vida.

“O clima é tenso mas nós estamos aqui para amanhã voltarmos em peso”, disse por sua vez Monteiro Eliseu, secretário provincial da UNITA.

Luanda: Manifestantes exigem libertação dos detidos a 24 de outubro
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Polícia defende-se

Em resposta, o porta-voz do Comando Provincial da Polícia Nacional no Huambo, superintendente-chefe Martinho Cavita, explica que os promotores da actividade atropelaram normas constitucionais, mormente em relação ao local e ao tempo do anúncio, e admite mais feridos.

"As forças em serviço depararam-se com um aglomerado no jardim, pelo que tentaram sensibilizá-los no sentido de deixarem a via pública. Lamentavelmente, eles começaram a arremessar pedras e outros objectos, por isso tivemos de agir’’, explica Cavita, acrescentando que “a Polícia controla dois feridos, um efectivo, que apanhou na parte facial, e uma rapariga, que apenas passava pelo local e foi atingida’’.

Enquanto isso, pelas mesmas causas, jovens activistas de Benguela continuam a efectuar vigílias, num cenário apontado como antecâmara para a manifestação prevista para 11 de Novembro.

Comandante da polícia no Huambo reage - 0:54
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