O Tribunal Provincial de Luanda tem até amanhã, 30, para decidir sobre o destino a dar aos 103 detidos no sábado 24, durante a manifestação reprimidade pela polícia que pretendia protestar contra o desemprego e a favor das eleições autárquicas.
Fontes seguras indicaram à VOA que, até ao final da noite de ontem, apenas 33 detidos tinham sido ouvidos, faltando desta forma 70.
Duas meninas e um menor de idade já foram colocados em liberdade por termo de identidade e residência, mas não estão ilibados de responder ao processo.
Ontem o ambiente fora do Palácio Dona Ana Joaquina foi calmo, depois de o Governo da provincia ter decidido encerrar todas as vias que dão acesso ao local, na sequência dos protestos dos manifestantes terem provocado destruição parcial de viaturas e a vandalização dos vidros da estrutura da Indiama.
Os advogados de defesa falam em entrar com um processo de habeas corpus no Tribunal Supremo como forma de proteger as liberdades dos activistas e outro processo contra o Estado angolano pelas violações dos direitos dos detidos.
O deputado e secretário da UNITA em Luanda Nelito Ekuikui denunciou nesta quinta-feira, 29, dificuldades para contactar os detidos.
“Mesmo com as imunidades como parlamentar”, afirmou ter sido impedido de visitar o líder do Movimento dos Estudantes Angolanos, Francisco Teixeira, que se encontra detido na Cadeia de São Paulo.