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Refugiados em Moçambique reivindicam estatuto e melhores condições


Refugiados em Moçambique querem reconhecimento, Nampula
Refugiados em Moçambique querem reconhecimento, Nampula

País acolhe 26 mil refugiados

Os refugiados que se encontram no centro de Maretane, na província moçambicana de Nampula, querem que o Governo os reconheça como refugiados e não como requerentes de asilo.

Alguns deles estão em Moçambique há mais de 15 anos sem qualquer estatuto.

O centro, criado em 2001, acolhe mais de 12 mil pessoas oriundas da República Democrática do Congo, Burundi, Ruanda, Etiopia e Somália.

Os refugiados fugiram dos seus países devido à guerra e violência religiosa e étnica e chegaram a Moçambique à procura de estabilidade e de uma nova oportunidade.

Anos depois, sem qualquer estatuto, clamam pelo reconhecimento da sua situação e acreditam que desta forma poderão melhorar o seu nível de vida.

Para além do pedido de reconhecimento do Governo, os refugiados de Maretana queixam-se da irregularidade da distribuiçãode produtos alimentares, que se reduzem a sete quilogramas de farinha de milho, meio litro de óleo, meio quilo de feijão ervilha e uma barra de sabão por pessoa, para consumo mensal.

“Uma quantidade insuficiente”, dizem.

Centro de Maretane, Nampula
Centro de Maretane, Nampula

Eles denunciam ainda a má qualidade dos serviços de saúde e a falta de oportunidades para os seus filhos continuarem os estudos e terem uma formação superior.

Diante das dificuldades enfrentadas no centro de Maretane, algumas jovens entraram para o mundo da prostituição enquanto os homens optaram pela droga.

Agricultura como alternativa

O Governo da província de Nampula reconhece as dificuldades enfrentadas no Centro de Maratane, sobretudo a nível da alimentação, mas recorda que Moçambique é um pais pobre, que está oferecer o que pode.

Verónica Langa, secretária permanente provincial, diz que o Governo está a fazer esforços para criar condições para que os refugiados pratiquem a agricultura e possam garantir a sua alimentação.

O Governo disponibilizou este ano 2 mil hectares de terra e está a construir uma represa visando intensificar a prática da agricultura na região.

Moçambique tem cerca de 26 mil refugiados oriundos sobretudo da Região dos Grandes Lagos.

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