Numerosos ataques contra civis e infra-estruturas essenciais foram registados nas últimas semanas no leste da República Democrática do Congo (RDC) - levando ao encerramento de escolas e hospitais - afirmou o Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA) num relatório publicado no sábado.
Goma e Bukavu, as respetivas capitais do Kivu Norte e do Kivu Sul, estão agora sob o controlo dos rebeldes do M23, um grupo armado apoiado pelo exército ruandês.
“Entre 1 e 3 de março, vários hospitais de Goma foram alvo de ataques de atores armados, marcando uma escalada de violência contra instalações médicas e pessoal de saúde”OCHA
A situação de segurança na cidade continua a ser preocupante devido a “um recrudescimento dos atos criminosos, incluindo roubos a residências, furtos e agressões”, salienta o OCHA.
Novos confrontos opuseram o M23 a outros grupos armados locais entre 18 e 25 de fevereiro no agrupamento de Biiri, território de Masisi, informa a agência da ONU.
No território de Lubero, mais a norte, os confrontos entre o M23 e as forças governamentais provocaram “mais de 100.000 novos deslocados nos eixos Alimbongo-Kitsombiro, Alimbongo-Kipese e Bingi-Kasugho, nomeadamente em direção às cidades de Masereka, Kyondo, Musienene e à cidade de Butembo”, acrescenta.
Perante esta situação, “vários centros de saúde e escolas estão encerrados. Cerca de 50.000 crianças viram os seus estudos interrompidos e milhares de pessoas não têm acesso a cuidados de saúde” na região, refere o OCHA.
No dia 25 de fevereiro, no território ocidental de Walikale, “um grupo armado saqueou o centro de saúde de Rusamambu, levando kits médicos e danificando a estrutura com tiros”, após confrontos com o M23, relata o Ocha.
O M23, que os peritos da ONU afirmam ser apoiado por cerca de 4.000 soldados ruandeses, apoderou-se de vastos territórios nas províncias do Kivu do Norte e do Sul, que fazem fronteira com o Ruanda.
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