Reiniciou-se nesta segunda-feira, 5, o transporte de minério da Republica Democrática do Congo (RDC) através do porto do Lobito, na província angolana de Benguela.
Com efeito ,34 anos depois, o corredor de desenvolvimento do Lobito volta a colocar no mercado europeu o minério da República Democrática do Congo (RDC), com um primeiro carregamento de 10 mil toneladas de manganês.
Com tarifas abaixo da tabela praticada pela África do Sul e Tanzânia, países que transportam a mercadoria para os seus portos por estrada, num percurso de 3.500 quilómetros, Angola intromete-se na chamada ‘’guerra económica’’ a pensar também no ouro e no cobre.
As autoridades angolanas acenam com os 1.344 quilómetros de linha férrea do Lobito ao Luau (Moxico), de onde saiu um comboio em direcção à mina de Kissengue, no Congo Democrático, cumpridos que foram todos os procedimentos aduaneiros.
Num apelo à capacidade empreendedora do sector privado, Luís Teixeira, presidente do Conselho de Administração do Caminho-de-ferro de Benguela, empresa que anteriormente tinha em operações externas 80% das suas receitas, lembra que os comboios não devem partir vazios.
‘’A empresa possui neste momento 147 vagões disponíveis para esta e outras operações. Mediante uma parceria com empresas estrangeiras, estamos a recuperar toda a nossa frota, que comporta 348 vagões. Também gostaríamos de ter mercadoria no sentido ascendente, do Lobito para o Congo, por isso pedimos que os nossos empresários façam contactos nesse sentido’’, disse Teixeira.
Nesta fase, segundo a versão oficial, as quantidades não justificam a utilização do terminal de minérios, que custou ao Estado acima de 500 milhões de dólares norte-americanos.
Daí que o ministro dos Transportes, Augusto Tomás, tivesse sido confrontado com a muito propalada ligação à Zâmbia, outro país ‘’encravado’’.
‘’Enquanto não houver uma ligação directa com a Zâmbia, fazemos, tal como no passado, através da RDC”, assegurou, lembrando que "é um trabalho que está em curso, até porque a Zâmbia está a mobilizar financiamento externo para reabilitar a sua linha férrea, fazendo chegar até à fronteira comum’’.