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Rapto de empresários pode retrair investimentos em Moçambique 


Maputo, Moçambique
Maputo, Moçambique

Empresários moçambicanos renovam o pedido de acção enérgica do Governo contra o crime de raptos, que alegam estar a perturbar ambiente negócios no país.

Tal acontece na sequência da morte, nesta semana, do empresario Hayyum Ali Momade, que havia sido raptado 13 dias antes, em Maputo.

Rapto de empresários por retrair investimentos em Moçambique 
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Ali Momade foi encontrado morto em Txumene, na província de Maputo, com ferimentos e sinais de agressão. A morte deste empresário leva a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), a pedir uma acção enérgica do Governo contra os raptos, que retraem o investimento.

“Como CTA, condenamos este acto e uma vez mais pedimos as autoridades que medidas enérgicas sejam tomadas para parar com estes actos macabros que minam, de facto, o nosso ambiente de negócios”, disse Vasco Manhiça, vice-presidente da CTA.

Tal como grande parte de crimes do género, o caso de Hayyum Ali Momade é mais um que envolve um empresário de origem asiática e membro da Comunidade Islâmica em Moçambique, o que preocupa, segundo Mussa Suefe, responsável pela cooperação e comunicação naquela organização.

“Infelizmente o nosso Governo não consegue estancar este mal, pelo que nós queríamos voltar a fazer esse apelo a quem de direito, em particular ao nosso Estado moçambicano, para debelar este mal e estanca-lo de uma vez por todas, porque na verdade não é a sociedade islâmica que está a ser afectada é todo moçambicano que está a sofrer”, disse Suefe.

Para Suefe este é um crime que não deve apenas preocupar os membros da Comunidade Islâmica, tendo em conta que dados indicam que só nos primeiros 11 meses do ano este crime movimentou mais de 35 milhões de dólares, para além de levar a muitos empresários a abandonarem o país.

“Este mal não só afecta os muçulmanos, afecta o Moçambique todo, afecta a nossa economia e cada vez mais retrocedemos, porque estes empresários alguns quando saem dos cativeiros não preferem ficar no país, muitos deles imigram levando as suas economias para fora do país”, disse Suefe.

Ministra lamenta

A ministra do Interior, Arsénia Massingue, lamentou a morte do empresário e refere que o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) está a trabalhar para o esclarecer este e outros casos.

“Em relação ao trabalho que está ainda em curso para o esclarecimento deste e outros casos, de referir que o Sernic vai pronunciar-se nos próximos dias sobre o que está a ser feito no concreto”, afiançou a ministra.

Enquanto isso, o porta-Voz do SERNIC, Leonardo Simbine, anunciou a detenção de um suspeito de envolvimento no caso.

“Desde o primeiro momento em que tivemos conhecimento deste crime desdobramo-nos no terreno em busca dos perpetradores deste crime e em conexão com este caso nós detivemos um cidadão”, disse Simbine.

No seu último informe a Nação, o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou que o país terá em breve uma força especializada no combate ao crime de raptos.

“Apesar de se registar uma certa redução, prevalece preocupante a questão dos raptos, pois em 2022 registamos dez casos de rapto, dos quais foram esclarecidos cinco casos, tendo sido detidos 19 indiciados”, disse Nyusi na Assembleia da República para depois acrescentar que “o processo de formação de uma unidade especializada por ser de carácter complexo continua em curso e num ambiente bastante reservado”.

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