A publicação russa Moscow Times confirmou que sete militares russos foram mortos no norte de Moçambique, no mês passado, e que pelo menos quatro deles foram decapitados.
Segundo a mesma publicação em língua inglesa, dois soldados foram mortos numa emboscada a 10 de Outubro em Macomia e cinco outros no passado dia 27 em Muidumbe, na província de Cabo Delgado, tendo quatro deles sido decapitados pelos rebeldes.
A Moscow Times cita duas fontes militares moçambicanas não identificadas, acrescentando que as suas informações coincidem com as publicadas anteriormente por meios de informação moçambicanos.
Por outro lado o jornal inglês Sunday Times escreve que 10 militares russos já foram mortos em Moçambique.
Grupo Wagner
Todos pertenciam ao grupo Wagner, uma organização privada russa que fornece ajuda militar a vários países africanos, incluindo à República Centro Africana onde protege o Presidente.
Acredita-se que o grupo foi fundado por Yevgeny Prigozhin, empresário russo próximo do presidente Vladimir Putin, e conhecido pela alcunha de "o chefe".
Os mercenários russos sofreram recentemente baixas na Libia e também na Siria, onde lutam ao lado das forças governamentais.
Noticias recentes indicavam que mercenários russos apoiados por meios aéreos tinham começado a chegar ao norte de Moçambique em Setembro e desde então têm aumentado os ataques contra bases de alegado insurgentes em Cabo Delgado, que dizem ser associados ao Estado Islâmico, mas cujos objectivos permanecem rodeados de mistério.
Na sexta-feira, 1, o Ministério de Defesa moçambicana anunciou operações contra os rebeldes em Muidumbe e Marere, Cabo Delgado.
Muidumbe é precisamente a zona onde mercenários russos teriam sido mortos.
“Durante a operação, vários malfeitores foram neutralizados e outros colocaram-se em fuga", lia-se num comunicado do Ministério da Defesa de Moçambique.
“As operações prosseguem e as Forças de Defesa e Segurança continuam em perseguição aos insurgentes que se encontram fugitivos", concluia o comunicado.