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Presidente de Cabo Verde pede reflexão tranquila e serena sobre massacre


Jorge Carlos Fonseca, Presidente da República, Cabo Verde
Jorge Carlos Fonseca, Presidente da República, Cabo Verde

O Presidente cabo-verdiano pediu uma reflexão tranquila e serena sobre o massacre de Monte Tchota, em que um soldado matou oito colegas e três civis, entre eles dois estrangeiros.

Em declarações aos jornalistas nesta sexta-feira, 29, depois de assinar o livro de condolências aberto na Embaixada de Espanha na cidade da Praia, Jorge Carlos Fonseca disse que deve-se distinguir dois momentos.

“Estamos muito em cima dos acontecimentos, o momento é de tristeza e consternação. Decorreram ontem as cerimónias fúnebres das vítimas cabo-verdianas, as pessoas estão enlutadas e haverá um momento posterior para se se possa fazer com tranquilidade e serenidade uma reflexão sobre os acontecimentos", disse Fonseca, que considerou normal o silêncio das chefias militares, embora estejam presentes nas cerimónias fúnebres.

“É natural também que, num momento destes, os comandos evitem estar a fazer outro tipo de declarações que não sejam de consternação", justificou Fonseca, que, questionado se algum dos responsáveis das Forças Armadas colocou o cargo à disposição, respondeu que “haverá um momento posterior em que, com tranquilidade, esse tipo de apreciações virá à baila”.

Manuel Silva Ribeiro, acusado de matar 11 pessoas em Cabo Verde
Manuel Silva Ribeiro, acusado de matar 11 pessoas em Cabo Verde

Na noite de segunda para terça-feira, o soldado Manuel da Silva Ribeiro matou oito colegas no destacamento militar de Monte Tchota, onde está um dos principais centros de comunicações de Cabo Verde, e três civis, que prestavam serviço numa das empresas aí instaladas, sendo um cabo-verdiano e dois espanhóis.

O comando das Forças Armadas, que dista a 25 quilómetros do local, na capital Praia, só soube do incidente cerca de 24 horas depois, alertado por um empregado do hotel onde estavam hospedados os civis, que se deslocou ao local em virtude de não terem dormido na unidade hoteleira.

O responsável da chacina, que roubou o carro dos espanhóis e dirigiu-se para a capital com muitas munições, foi preso apenas na quarta-feira, 27, quando a polícia foi alertada pelo taxista feito refém pelo militar durante três horas.

O militar deve ser apresentado ainda hoje à justiça militar.

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