A população de parte da província de Cabo Delgado pediu nesta quarta-feira (9) ao Governo para que lhes sejam atribuídas armas de fogo para combater os insurgentes que há três anos criam terror em mais de metade dos distritos daquela região norte de Moçambique.
Cansada dos recorrentes ataques de que vem sendo alvo, mesmo com a presença das tropas governamentais, a população acredita que só armada é que pode melhor se proteger.
O pedido feito esta semana ao primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, já tinha sido feito aos ministros da Defesa e do Interior, durante as visitas que efectuaram no chamado teatro operacional norte.
O primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário afastou qualquer possibilidade do governo atender a este pedido.
"As armas tem que estar com quem devem estar - com as Forças de Defesa e Segurança e as pessoas a quem elas confiam e não andar a distribuir a todas as pessoas, como foi sugerido" respondeu o primeiro-ministro.
O analista político, Gabriel Ngomane considera que o pedido feito pela população de Cabo Delgado, justifica-se pela prevalência naquela província, de veteranos da luta de libertação que, eventualmente, acham que ainda tem capacidades para lutar.
Ainda assim, considera que a posição do Governo é aceitável, porque "dada a situação complexa que se vive em Cabo Delgado, não seria prudente, nem seguro, andar a distribuir armas".