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Políticos moçambicanos sugerem adiamento do recenseamento eleitoral


Eleições Moçambique. Foto de João Santa Rita
Eleições Moçambique. Foto de João Santa Rita

Alguns políticos moçambicanos dizem que a Frelimo, a Renamo e o MDM devem negociar o adiamento do recenseamento para as eleições de 15 de Outubro próximo, para evitar um eventual conflito pós-eleitoral, uma vez que ainda não estão concluídos os processos de desmilitarização e de reassentamento das vítimas do ciclone Idai.

Políticos moçambicanos sugerem adiamento do recenseamento eleitoral
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Refira-se que se iniciou esta segunda-feira, 15, o recenseamento para as eleições presidenciais, legislativas e das assembleias provinciais, inicialmente marcado para 1 de Abril, mas o principal partido da oposição, a Renamo, não está contente com a nova data.

Este partido acusa o Governo de ter violado a Lei Eleitoral, por não respeitar o que foi acordado entre os partidos políticos, Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), e os órgãos eleitorais, após a passagem do ciclone, que era de prorrogar a data de início do recenseamento, entre 45 e 60 dias.

Entretanto, o líder do Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento-PDD, Raúl Domingos, diz que o adiamento do recenseamento devia ser negociado entre os partidos representados na Assembleia da República e os extraparlamentares.

Para Raúl Domingos, não se devia mexer em nenhum calendário eleitoral. Deve-se fazer um adiamento de vulto, realçando que "o recenseamento devia passar para 1 de Abril de 2020, "e assim teríamos um ano para acertar tudo o que fosse necessário acertar, não só o caso das cheias e do ciclone na zona centro, mas também a questão da desmilitarização, desmobilização e reintegração".

O líder do PDD disse ainda que os partidos deviam negociar a constituição de um Governo de gestão, que iria governar o país até às eleições, evitando-se, deste modo, a situação de um Executivo sem mandato e inconstitucional.

Raúl Domingos destacou que "para mim, o que se está a fazer vai criar situações de conflito, os órgãos eleitorais não vão trabalhar com a necessária perfeição, e depois vamos ter o conflito pós-eleitoral, numa situação em que os homens armados vão continuar comas suas armas".

Por seu turno, o líder do Partido Independente de Moçambique (PIMO), Yaqob Sibindy, diz apoiar a ideia de um acordo entre as forças políticas sobre o adiamento do recenseamento eleitoral, porque nas províncias afectadas pelas calamidades naturais, onde, aparentemente, a Renamo e o MDM têm mais simpatizantes, muitas pessoas não vão ser registadas.

Para a Frelimo, a Renamo exige o adiamento do recenseamento, porque não está preparada para as eleições.

Considera ainda que o adiamento das eleições abriria um mau precedente no processo de democratização de Moçambique, que desde a introdução do multipartidarismo, na década de 90, nunca adiou qualquer eleição.

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