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Polícia moçambicana detém uma dezena de caçadores


Centenas de armadilhas e armas de fabrico caseiro foram apreendidos em coutada desportiva em Manica.

A Polícia moçambicana deteve uma dezena de caçadores furtivos e apreendeu centenas de armadilhas e armas de fabrico caseiro este ano numa coutada desportiva em Macossa, na província de Manica.

O porta-voz da Polícia, Mateus Mindu , disse à VOA nesta segunda-feira, 10, que o caso mais recente deu-se no fim de semana, quando um homem, de 36 anos, foi flagrado pelas autoridades policiais com um javali e duas armadilhas no cerco de uma coutada repovoada recentemente para caça desportiva.

"Quando o homem foi detido alegou que o animal era para consumo próprio", acrescentou Mindu, sustentado que são recorrentes os casos que estão à dizimar os recursos faunisticos preservados.

Outros sete caçadores furtivos foram apreendidos entre Maio e Junho, com os quais foram apreendidas 14 armadilhas mecânicas e caseiras usadas na caça.

Um outro grupo de cinco furtivos tinha montado um acampamento no interior da Coutada Nove, uma área de conservação entre os distritos de Macossa (Manica) e Gorongosa (Sofala), abatendo clandestinamente os animais, cuja carne e troféus eram evacuados em viatura, quando foi detido em Janeiro.

A fonte policial avançou que uma operação da Polícia e da guarda florestal daquela área de conservação impediu uma acção pior dos caçadores, ao desactivar centenas de ratoeiras de fabrico caseiro e mecânica, plantadas em várias áreas da coutada.

O bravio nesta área de conservação foi repovoado pela empresa Rio Save Safaris, que tem 15 anos de contrato de exploração da área, considerada com um ambiente tão natural e raro em grande parte do mundo, onde investiu três milhões de dolares norte-americanos para safari e caça desportiva.

Em 2014, a Rio Save Safaris introduziu leões para “impor a ordem” na Coutada Nove e impedir a caça furtiva, que, no entanto, continua a devastar a fauna bravia e o sucesso de um projecto faunistico e turistico na área.

A caça ilegal é justificada para a extracção de órgãos para alimentar a rede de tráfico internacional de trofeus, além da medicina tradicional, que também “paga bem” por sangue, gorduras, peles, pelos e unhas de animais potentes.

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