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Polícia mata três pessoas em Benguela


Cidade Benguela
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Advogado quer investigação, mas polícia diz ter agido em legítima defesa durante confrontos por conflito de terras

O jurista David Mendes exige uma investigação no caso dos três cidadãos mortos a tiro por agentes da Polícia Nacional na passada sexta-feira, em Benguela, na sequência de um conflito de terras no bairro Viva a Paz.

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As autoridades dizem que os agentes agiram em legitima defesa depois de terem sido atacados, mas populares na zona afirmam que os confrontos só começaram depois da policia ter disparado contra os três cidadãos que morreram

Em declarações à saída de encontros com o Procurador provincial e o director da Investigação Criminal, o advogado David Mendes afirmou que os meios usados pela Polícia não terão sido proporcionais.

O ideal, segundo o causídico, era uma medida ajustada à lei da transgressão administrativa.

"Três mortes, com envolvimento de polícias e militares, não são ocasionais", acrescenta o chamado ‘’advogado do povo’’, que diz "ser necessário que haja investigação.

David Mendes teme que a culpa venha a morrer solteira.

Afinal, lembra, são vários os casos de conflito de terra na província de Benguela.

“Se este caso ficar impune, vamos assistir a mais mortes”, alertou Mendes, lembrando que "a Polícia defende o património, mas, acima de tudo, a vida humana”

Depoimentos de testemunhas, entre as quais familiares das vítimas, desmentem a tese de legítima defesa apresentada pelo Governo.

Só depois das mortes foram agredidos os dois agentes da ordem referenciados no comunicado do Governo.

“Eles não queriam conversar. Vimos um no chão, depois o segundo e, finalmente, o terceiro”, disse um popular no local.

“Ninguém fica feliz por ver o seu primo morto, por isso fizemos vingança”, acrescentou a mesma fonte.

Populares disseram que "o governo tem de saber que o povo está a sofrer de verdade".

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