A polícia de Manica, no centro do país, garantiu que parou com os incêndios de camiões de cargas e combustível com a introdução de escoltas obrigatórias do exército, mas reconhece que não consegue deter emboscadas esporádicas de homens armados da Renamo contra colunas de viaturas.
A polícia introduziu no inicio de Junho escoltas obrigatórias do exército a viaturas na N7, a estrada que liga Moçambique aos países africanos do interior, após o incineração de 12 camiões de carga, a maioria do Malawi, forçando Lilongwe a ponderar o uso das estradas moçambicanas.
Quase dois meses depois da introdução das escoltas no troço de 270 quilómetros, de Vanduzi (Manica) a Changara (Tete), as autoridades policiais asseguram que nunca mais foram incendiadas viaturas por guerrilheiros da oposição Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), porém as emboscadas a colunas escoltadas pelo exército continuam, entretanto, com frequências reduzidas.
“Acabamos de evitar aquelas situações de camiões incendiados, que vinham acontecendo na N7” precisou Leonardo Colher, chefe do departamento das relações publicas do comando da Polícia de Manica, lembrando que chegaram a atingir a media de cinco camiões destruídos por dia.
Os ataques, prosseguiu, reduziram igualmente de forma considerável naquele troço com a introdução das escoltas, tendo o número de emboscadas a colunas de viaturas escoltadas pelas forças de defesa e segurança caído para três por semana.
“Especificamente aos ataques, eles têm ocorrido de forma esporádica. Em termos de media por semana pode ser duas ou três vezes, naquela manifestação típica de situações de guerrilha e imprevisíveis”, aclarou Colher, afiançando que o pior não tem acontecido devido a perseguição aos atacantes durante as emboscadas.
O responsável disse que a medir pelos resultados actuais “vale a pena garantir a segurança das pessoas”, considerando que “não se pode medir esforço quando se trata de garantir a segurança das pessoas”.
Moçambique vive a sua pior crise desde a assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992, em Roma, ao voltar a episódios de confrontos entre o braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança na região centro e norte do país, além de denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique, no poder), e Renamo, maior partido da oposição.
O antigo deputado da Renamo e membro do Conselho de Estado, Manuel Lole, raptado a 13 de Julho na cidade de Chimoio, província de Manica, continua desaparecido, e a Polícia não tem pistas sobre o seu paradeiro.
Contudo a Frelimo ao nível de Sofala, revelou no sábado que 108 membros daquela formação politica foram assassinados nos últimos seis meses naquela província.