As forças de Defesa e Segurança de Moçambique dizem que ainda não têm pista dos mandantes dos ataques, que ocorrem na província de Cabo Delgado.
O último ataque reportado matou, pelo menos, 11 pessoas, a 26 de Junho, em Quionga, Palma.
O mesmo foi confirmado pelo Comandante Geral da Polícia da República de Moçambique, Bernardino Rafael, que reuniu, no dia 30 de Junho, em Mtwara, com o seu homólogo tanzaniano, Simon Siro.
“Neste momento eles não apresentam a cara e os que são encontrados também têm muita dúvida de precisão de informações que nos pudessem conduzir a encontrar os mandantes ou aqueles que são dirigentes dos malfeitores”, disse Rafael.
Neste ataque, os insurgentes usaram uma nova táctica. Trajavam fardamento militar e fazima-se passar de elementos das Forças de Defesa e Segurança do país, relatam sobreviventes ao ataque.
“Estavam vestidos com fardamento da tropa, mandaram-nos sentar alegando que o comandante queria falar connosco e de seguida começaram a disparar”, disse um dos sobreviventes no Hospital Regional de Mtwara, na Tanzânia.
Para o analista José Machicane está nova forma de actuar adensa a preocupação.
“O uniforme terá sido usurpado numa unidade das Forças Armadas de Moçambique ou então terá sido encomendado algures (…) situações que revela algum grau de organização e consertação” diz Machicane.
Reporta-se que um dos capturados nesse ataque pertence ao grupo que recentemente foi restituído a liberdade pelo Tribunal de Pemba por insuficiência de provas.
Nos distritos alvos de ataques, além das ricas florestas com madeira, filões de rubis e ouro, existem reservas de gás natural que serão exploradas pelas maiores petrolíferas do mundo.
“Nós estamos prontos para garantir o processo de início de exploração de gás natural liquefeito na bacia do Rovuma”, assegura Rafael.