A Polícia da Republica de Moçambique (PRM) capturou seis supostos guerrilheiros da autoproclamada Junta Militar da Renamo em duas operações, nos distritos de Nhamatanda e Gorongosa, na província moçambicana de Sofala, anunciou nesta quarta-feira, 8, a corporação.
Na primeira operação, foram detidos cinco integrantes, entre eles um membro da Assembleia Municipal da Renamo e presidente da Liga Juvenil do partido no distrito de Marromeu, ao desembarcar na estacão ferroviário de Dondo, quando o grupo pretendia fazer uma ligação para Macorococho, no interior de Nhamatanda, onde está implantado o campo de treino militar da Junta Militar da Renamo.
Um dos integrantes foi alvejado durante a operação de captura e encontra-se hospitalizado na Beira, enquanto os restantes quatro estão no comando provincial da PRM, de Sofala.
Ao todo o grupo era composto por 12 homens, com idades entre 34 e 40 anos, mas sete conseguiram escapar da operação policial.
Numa outra operação, em separado esta semana, a Polícia deteve um sexto membro da Renamo no distrito de Gorongosa, que disse tratar-se do responsável pela logística da autoproclamada Junta Militar da Renamo.
A policia não clarificou as circunstancias da sua detenção.
“Estes indivíduos têm vindo a protagonizar várias acções de alteração da ordem e segurança publica, nas províncias de Manica e Sofala, que tem haver com saques, homicídios, incêndios (de viaturas) e outras nas principais rodovias (a EN1 e EN6)”, disse Daniel Macuacua, porta-voz do comando da Policia de Moçambique em Sofala, em conferencia de imprensa para apresentação do grupo.
Macuacua adiantou ainda que o responsável da logística da Junta Militar da Renamo terá participado do ataque a uma ambulância na zona de Nhamapadza em Agosto, que deixou quatro feridos.
A Policia, prosseguiu, já elaborou os processos-crimes que foram tramitados às entidades competentes.
Entretanto, António Bauaze, membro da Assembleia Municipal de Marromeu pela Renamo, disse ter dirigido o processo de recrutamento dos jovens a pedido do líder da autoproclamada Junta Militar, Mariano Nhongo, para um treinamento militar em Nhamatanda.
Dos jovens recrutados, prosseguiu Bauaze, apenas um é membro da Renamo e o restante não está filiado a nenhum partido e nenhum deles treinamento militar.
“Eu estava a levar esses jovens de Marromeu e ele (Mariano Nhongo) disse para ir até Macorococho (Nhamatanda) e chegados lá ele ia mandar alguém para vir busca-los”, contou Antonio Bauaze, que se apresentou, na conferência de imprensa, com várias escoriações na cabeça.
Contudo, os supostos recrutas consideraram-se inocentes, garantido que se deslocavam para Nhamatanda sob promessa de emprego e não para treinamento militar.
A VOA tentou em vão ouvir Mariano Nhongo, líder da auto-proclamada Junta Militar da Renamo.