A confiança dos consumidores amercanos caiu a pique em fevereiro, no seu maior declínio mensal em mais de quatro anos, revelou o Conference Board, investigação empresarial, nesta terça-feira, 26.
O índice de confiança do consumidor caiu de 105,3 em janeiro para 98,3 neste mês, o maior declínio mensal desde agosto de 2021.
Com os gastos dos consumidores a representarem cerca de 70% da maior economia do mundo, os três principais índices de ações da bolsa de valores de Wall Street caíram com esta notícia.
O NASDAQ, com uma forte presença tecnológica, caiu mais de um ponto percentual.
"As visões das condições atuais do mercado de trabalho enfraqueceram. Os consumidores tornaram-se pessimistas em relação às condições futuras dos negócios e menos otimistas em relação aos rendimentos futuros. O pessimismo em relação às perspetivas futuras de emprego agravou-se e atingiu um máximo de 10 meses", escreve o Conference Board num comunicado.
Culpa de Biden
Por seu lado, o secretário do Tesouro Scott Bessent afirmou também hoje que a economia dos EUA é mais frágil do que os indicadores económicos sugerem, e prometeu "reprivatizar" o crescimento, cortando nas despesas e nas regulamentações governamentais.
No seu primeiro grande discurso sobre política económica, Bessent disse a um grupo na Embaixada da Austrália em Washington que a volatilidade da taxa de juro, a inflação persistente e a dependência do setor público para o crescimento do emprego prejudicaram a economia americana, apesar do crescimento económico nacional geral e do baixo desemprego.
Bessent responsabilizou os "gastos excessivos prolíficos" do ex-Presidente Joe Biden e as regulamentações que prejudicaram o crescimento do lado da oferta como os principais impulsionadores da "inflação persistente".
"A excessiva dependência da Administração anterior em relação a gastos governamentais excessivos e a regulamentos autoritários deixou-nos com uma economia que pode ter apresentado alguns métricas razoáveis, mas, no final do dia, era frágil", disse.
Reprivatizar o crescimento
Scott Bessent acrescentou que 95% de todo o crescimento do emprego nos últimos 12 meses concentraram-se em setores públicos e adjacentes ao Governo, como a saúde e a educação, empregos que oferecem um crescimento salarial mais lento e menos produtividade do que os empregos no setor privado.
O secretário do Tesouro afirmou que os empregos na indústria transformadora, metais, mineração e tecnologia da informação diminuíram ou estagnaram no mesmo período.
"O setor privado está em recessão", reconheceu Bessent, reiterando que "o nosso objetivo é reprivatizar a economia".
Os consumidores parecem cada vez mais confiantes em relação ao final de 2024 e gastaram generosamente durante a época festiva, mas as vendas a retalho dos EUA caíram drasticamente em janeiro, com o clima excecionalmente frio em grande parte do país a ser responsável por parte da culpa.
Na semana passada, o Departamento do Comércio informou que as vendas a retalho caíram 0,9% no mês passado em relação a dezembro.
O declínio, o maior num ano, ocorreu após dois meses de ganhos robustos.
Com a inflação a ser uma preocupação para os consumidores e a incerteza sobre o plano do Presidente Donald Trump de impor novas ou mais taxas sobre as importações de outros países, os decisores políticos do banco central do país, a Reserva Federal (Fed), adotaram uma abordagem cautelosa sobre se devem cortar ainda mais a sua taxa de juro diretora.
A Fed manteve a sua taxa de juro diretora inalterada na sua última reunião, depois de a ter cortado nas três anteriores.
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