O município de Pemba, no norte de Moçambique, precisa de 60 milhões de dólares para reassentar cerca de 11 mil famílias, que devem ser retiradas de uma zona perigosa, propensa à ocorrência de aluimento de terras.
Estavam a fazer o que faziam sempre: extrair areia para depois revendê-la.
Uma actividade desenvolvida como forma de sobrevivência, mas que, nesse dia, terminou em tragédia. Os solos cederam.
Quatro pessoas ficaram soterradas, três das quais morreram no local. A zona chama-se Chibwabwari, no Cariacó, um bairro emblemático da cidade de Pemba, no norte de Moçambique, onde se situa a terceira maior baía do mundo.
E, em Chibwabwari, não faltam problemas. Vivem mais de 11 mil famílias, mas a área não devia estar a ser habitada. Fica localizada numa encosta com terras muito frágeis e onde, em 2014, mais de duzentas casas desabaram.
Tagir Carimo, Presidente do Conselho Municipal de Pemba, diz que as pessoas foram construindo espontânea e teimosamente, em Chibwabwari, ao longo dos anos, apesar dos repetidos avisos proibindo que, naqueles locais, fossem erguidas infra-estruturas.
Reconhece Carimo que o Município falhou ao não conseguir impedir tais construções desordenadas, mas sublinha que, agora, as autoridades estão decididas a retirar as cerca de 11 mil famílias, um processo que vai custar 60 milhões de dólares americanos.
Muito dinheiro, mas o Presidente do Conselho Municipal de Pemba justifica.
Diz que, por falta de espaço, essas pessoas terão de ser reassentadas não no território da autarquia, mas em dois distritos vizinhos, que ficam a mais de 27 quilómetros do centro da capital provincial de Cabo Delgado.
E, segundo ele, vai ser necessário muita obra para reassentar todas aquelas famílias.