A decisão do Luaty não tem a pretensão de mudar a mente do governo, diz Pedro Coquenão, amigo da família que tem estado na clínica Girassol todos os dias, desde que Luaty Beirão foi transferido, em greve de fome.
A partir desta mesma clínica, Coquenão disse hoje à VOA que o término da greve de fome teve que ver com duas coisas, uma a aproximação de entidades internacionais, figuras públicas, pessoas anónimas que nunca antes se tinham aproximado e por outro lado, o afastamento no que toca à vontade de diálogo “daqueles que são os responsáveis por este processo”, explicou Pedro Coquenão, referindo-se à detenção dos 15 activistas a 20 de Junho deste ano, entre os quais Luaty Beirão.
“Mais vale abraçar o positivo e acreditar que isto são ferramentas boas para avançar para o futuro”, continuou, acrescentando que agora o importante é também a recuperação de Luaty, que passou 36 dias em greve de fome.
Segundo Pedro, o sentimento da família é agora o de deixar de pensar todos os dias na sobrevivência de Luaty, mas sim na sua recuperação que será longa. O activista que quer voltar para a prisão de São Paulo para estar junto dos seus companheiros e dali falarem a uma só voz, não está ainda nas condições ideais para ser transferido da clínica Girassol para o estabelecimento prisional.
Pedro Coquenão, amigo próximo de Luaty, é músico e partilhou com o rapper o projecto Ngonguenha.