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Parlamento angolano aprova por unanimidade novo regime tributário para Cabinda em fim de mandato


Vista geral de Cabinda, Angola. Junho 2016
Vista geral de Cabinda, Angola. Junho 2016

Partidos da oposição dizem esperar que a medida tenha sucesso e que não seja apenas eleitoralista

A província angolana de Cabinda passará a ter um novo Regime Tributário Especial depois da aprovação, nesta quinta-feira, 7, pelos deputados da Assembleia Nacional do pedido de autorização do Presidente da República para legislar sobre um novo sistema fiscal para a província.

O novo regime é descrito pelo Executivo como visando “ reduzir o custo de vida da população, melhorar o ambiente de negócios, aumentar as exportações e tornar a região num pólo atractivo”.

Apesar da unanimidade na aprovação do documento, não faltaram observações em relação à sua eficácia e oportunidade.

O deputado Raúl Tati, da UNITA, pelo círculo província de Cabinda, disse esperar que não seja “mais uma decisão eleitoralista”.


“Por quê só agora, no fim do mandato e com carácter de urgência? Não estamos mais uma vez diante de um pacote eleitoralista para captar a benevolência dos cabindas?, questionou aquele parlamentar.

Tati considerou que “enquanto o poder de decisão continuar concentrado em Luanda não haverá eficácia nas medidas tributária, aduaneira ou portuária porque vão naufragar no rio Zaire e não chegarão a Cabinda".

"Cabinda pelas suas particularidades tem que avançar para um estatuto de regionalização para que efectiva a diferenciação administrativa com as demais províncias”, concluio aquele parlamentar da oposição.

O líder da bancada parlamentar da CASA-CE, Alexandre Sebastião, também manifestou a esperança de que o diploma presidencial "não venha a conhecer o mesmo destino que tiveram outras iniciativas legislativas" para a solução do problema de Cabinda.

O deputado do MPLA José do Carmo disse entender, entretanto, que o novo regime tributário para Cabinda vai “reduzir o efeito perverso da descontinuidade geográfica que a província sofre na medida em que com a redução das taxas previstas o empresariado local poderá produzir mais e com menos custos especiais, estimulando a produção agrícola facto que aumentará as transações comerciais”.

E as outras províncias?

Entretanto, as novas medidas para a província de Cabinda podem, no mesmo sentido, reforçar as antigas exigências da população da região das Lundas que são produtores de diamantes.

O deputado da UNITA, Joaquim Nafoia, oriundo do leste de Angola, deixou expresso isso mesmo nas suas declarações ao exigir iguais benefícios para as populações locais.

“Aproveito a oportunidade para propor que o regime de tributação especial seja extensivo à províncias do leste do país de forma a minimizar o custo de vida das populações”, disse Nafoia.

Segundo o Governo, o novo regime tributário “tem como fundamento a necessidade de fazer com que o sistema fiscal possa atender as particularidades de determinadas circunscrições territoriais que apelam a um tratamento diferenciado e conferir maior simplicidade ao sistema fiscal para melhor eficácia na obtenção de receitas.”

A medida inclui a redução da taxa do imposto industrial para o sector agrícola de 10 para 3%, para quem "desde que actividade ocorra dentro do território de Cabinda”, do imposto industrial para as fábricas instaladas em Cabinda de 25 para 10% equiparando-as a taxa do sector agrícola do resto do país e da taxa sobre distribuição dos lucros e dividendos das empresas de 10 para 5%, entre outros incentivos fiscais

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