São Tomé e Príncipe enfrenta há mais de uma semana mais uma grave crise de fornecimento de energia electrica.
A Empresa de Água e Electricidade (EMAE) está a racionar o fornecimento por falta de dinheiro para comprar gasóleo.
A EMAE não tem dinheiro para comprar gasóleo e a petrolífera angolana, Sonangol, a maior accionista da empresa nacional de combustíveis e óleo, ENCO, diminuiu drasticamente a quantidade do gasóleo que vinha fornecendo a crédito há mais de 30 anos.
“Isto está péssimo. Sem energia tudo fica parado”, lamenta uma cidadã que vive na capital do país.
A maioria dos serviços públicos deixou de funcionar.
No sector de Registo e Notariado, por exemplo, os utentes enfrentam longas filas e ao fim do dia acabam não sendo atendidos.
“Estou aqui há mais de quatro horas. Isto é um serviço público deveria ter um gerador para esta situação de falta de energia electrica”, critica outro cidadão.
A população diz não ter como conservar alimentos essenciais como peixe, carne e hortaliças e que a situação tem contribuído para o aumento da criminalidade.
“Isto tem criado campo para mais gatunos. Passamos quase toda noite na escuridão”, lamenta outro.
O Governo reuniu-se na quarta feira, 6, com a ENCO, mas a empresa controlada pela Sonangol disse ao ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Wando Castro, que a situação tornou-se insustentável.
“Estamos a estudar uma solução, diminuindo as taxas de importação dos produtos petrolíferos para ver se a ENCO, consegue aumentar a quantidade de gasóleo que fornece a EMAE”, informou Wando Castro, quem revelou que o governo e a EMAE, juntos, devem à ENCO 190 milhões de dólares, verba superior ao Orçamento Geral do Estado São-tomense.
O país continua mergulhado na escuridão no mês em que comemora os 47 anos de independência.