Links de Acesso

Pandora Papers revela contas de ex-ministro angolano Manuel Rabelais nas Caraíbas


Manuel Rabelais
Manuel Rabelais

Antigo ministro da Comunicação Social é o primeiro angolano cujo nome é revelado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.

O antigo ministro da Comunicação Social de Angola Manuel Rabelais controlou três companhias de fachada nas Ilhas Virgens Britânicas através das quais foram movimentados milhões de dólares, revelou o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ).

A revelação faz parte da investigação intitulada “Pandora Papers”, em que o ICIJ teve acesso a milhões de ficheiros com as actividades financeiras de politicos e conhecidas personalidades em todo o mundo.

Numa primeira fase, o ICIJ disse que esses documentos revelavam movimentações financeiras de nove personalidades angolanas, mas Rabelais é o primeiro cujas actividades são tornadas públicas.

Segundo aquela organização de jornalistas, de 2006 a 2008 o então ministro controlou três empresas nas Ilhas Virgens, nomeadamente a Radwan Limited, a Benclam Holdings Ltd. e a Zilford Investments Ltd.

Rabelais abriu também uma conta bancária da Benclam Holdings na ilha da Madeira, em Porugal, que é igualmente um paraíso fiscal.

A Zilford Investments Ltd. era propriedade de Rabelais através de uma outra companhia controlada por ele, a Vista Trust, “uma estrutura secreta única das Ilhas Virgens Britânicas isenta de requisitos de divulgação pública”.

Condenado em Angola

Em Abril deste ano, Manuel Rabelais foi condenado a 14 anos de prisão em Angola pelos crimes de peculato sob forma continuada de branqueamento de capitais e aguarda em liberdade um recurso apresentado pelos seus advogados.

A ICIJ recorda que o Tribunal Supremo de Angola confirmou que aquelas três companhias receberam mais de 2,8 milhões de dólares que foram depois transferidos para contas bancárias de Rabelais, outros acusados no processo e seus familiares.

Entre os que receberam aqueles fundos estão dois filhos de Rabelais que, segundo a Procuradoria-Geral da República de Angola, usaram o dinheiro desviado para pagar propinas de universidades no Reino Unido.

Rabelais, contactado através do seu advogado, não respondeu a pedidos de comentário, disse o ICIJ.

Refira-se que possuir contas bancárias em paraísos fiscais não é crime mas nas investigações do ICIJ são levantadas questões relacionadas com a proveniência dos fundos e a fuga aos impostos.

XS
SM
MD
LG