O coordenador da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), assegurou nesta segunda-feira 17, que o partido “não desistiu” do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE) e que há avanços da integração dos seus homens no âmbito da implementação dos consensos das negociações para a paz em Moçambique.
“Não podemos desistir dos serviços secretos”, declarou Momade em entrevista telefónica à VOA a partir da Gorongosa, sustentando que “é lá onde fazem planos para emboscar, sequestrar e matar aquele todo que é opositor do regime, não só da Renamo, como outros partidos, comentadores e jornalistas”.
O líder interino da Renamo garantiu, contudo, que há avanços da integração da força residual da Renamo nos serviços secretos moçambicanos.
A imprensa moçambicana noticiou em Agosto a pretensão daquele partido na oposição de prescindir da integração dos seus homens no SISE, no âmbito das negociações sobre a paz.
Em Julho o SISE recusou a partilha do órgão com a Renamo, criando uma sombra nas negociações entre o partido e o Governo.
“Gostaríamos que todos os assuntos assumidos na mesa, entre o presidente (Afonso) Dhlakama e o Presidente (Filipe) Nyusi, fossem implementados”, reafirmou Ossufo Momade, para quem a implementação do memorando com o Governo está em curso, dando como exemplo a promoção e patenteamento dos primeiros oficiais nas Forças de Defesa de Moçambique (FADM).
“Cremos que dentro de dias (os promovidos) serão colocados nos lugares prometidos”, frisou.
Um acordo entre o Governo e a Renamo deverá permitir o processo de implementação do enquadramento das forças da Renamo que estão nas FADM, integração das forcas residuais na Policia da Republica de Moçambique (PRM), nas suas várias unidades e nos serviços secretos, além da Lei Eleitoral, ora beliscada por afastamentos de cabeças de lista do partido para as eleições autárquicas de 10 de Outubro.