As manifestações públicas do passado dia 18 continuam um incómodo para o partido no poder em Moçambique, que viu nelas “tentativas de desestabilização" e não homenagem ao músico Azagaia.
Num ambiente de forte contestação contra o Governo, por conta da repressão policial às marchas pacíficas nas principais cidades, a Frelimo reúne desde esta sexta-feira, 24, o seu Comité Central, nos arredores de Maputo, e nos discursos iniciais a organizações sociais do partido disseram que tudo fazia parte de um plano contra o Executivo.
Eusébio Faustino, líder dos veteranos da luta de libertação nacional, elogiou a repressão policial que segundo ele, evitou tentativas de desestabilizar o país.
“Há partidos políticos que apareceram a dirigir as manifestações, o que significa que manipularam jovens e aproveitaram a ocasião para lançar recados políticos, desestabilizando o país e dar a sensação de ingovernabilidade nacional", disse o líder dos veteranos.
Na mesma senda alinharam a Organização das Mulheres Moçambicanas (OMM) e a Organização da Juventude Moçambicana (OJM), que viram nas manifestações, tudo, menos homenagem ao falecido músico Azagaia.
“Queremos apelar ao jovens para não se deixarem manipular e não adiram a movimentos que possam nos conduzir a situações de desobediência” disse Silva Livone, secretário geral da OMM.
Ainda assim, os veteranos da luta armada reconhecem que há problemas entre os camaradas e, por isso, dizem ser hora de "purificação de fileiras".
A reunião de dois dois do Comité Central do partido no poder vai debater as eleições distritais previstas para 2024, mas que o Presidente Filipe Nyusi tem defendido o seu adiamento por motivos financeiros.
No sábado, 18, a polícia reprimiu marchas pacíficas em homenagem ao rapper Azagaia, morto no dia 9, em várias cidades, nomeadamente Maputo, Beira e Chimoio, alegadamente por pretenderem desestabilizar o país e responsabilizou activistas sociais e políticos da oposição pela violência.
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