As coligações partidárias PAI-Terra Ranka e a Aliança Patriótica Inclusiva (API) - Cabas Garandi pediram aos funcionários das instituições públicas e privadas a ficarem em casa a partir da sexta-feira, 28, como forma de protestar contra o que chamam de “ditadura e tortura” na Guiné-Bissau.
O anúncio circula nas rádios guineenses e redes sociais na voz do responsável pela Comunicação e Marketing do Partido da Renovação Social (PRS), Gabriel Ié.
Sob o título, a “Ação conjunta para resgatar a democracia e respeito pela Constituição da República”, a oposição guineense apela ainda à paralisação dos transportes públicos e mercados.
“Guineenses, dia 28 de Fevereiro, fiquemos todos em casa, não vamos ao trabalho, como forma de reivindicar contra a ditadura e tortura, assim como contra problemas nos setores de saúde e educação, assim como subida de produtos da primeira necessidade”, afirma o anúncio da oposição.
A anunciada paralisação vem na sequência da “Declaração Conjunta” assinada no passado dia 23 de Fevereiro por aquelas coligações e organizações da sociedade civil, que têm intensificado ações contra o Presidente da República, Umaro Sissso Embaló, em relação ao fim do seu mandato e a marcação da data para as eleições gerais na Guiné-Bissau.
Recorde-se que, como a Voz da América noticiou, Embaló marcou as eleições gerais, ou seja presidenciais e legislativas, para 30 de novembro, sem consultar os partidos políticos e antes de discutir o assunto com uma missão de alto nível da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que chegou ao país no domingo, com o objetivo de encontrar uma data consensual entre o Presidente e os partidos políticos para as eleições.
Aviso contra alteração da ordem pública
Entretanto, o fim do mandato do Presidente da República tem aumentado a tensão política no pais, com Umaro Sissoco Embaló e seus apoiantes a defenderem que o mesmo termina a 4 de setembro, quando completam-se cinco anos da confirmação da sua vitória em dezembro de 2019, enquanto os quatro principais partidos sustentam que o mandato termina no dia 27, quinta-feira, dia que há cinco anos Embaló tomou posse, ocupou a Presidência da República e começou a trabalhar.
Nesta terça-feira, 25, o secretário de Estado da Ordem Pública declarou “tolerância zero” a qualquer tipo de atividade que possa pôr em causa a ordem pública, a ser realizada no quadro dos protestos convocados pelos partidos da oposição.
Em conferência de imprensa, na terça-feira, 25, José Carlos Monteiro Macedo disse que está a responder a sucessivas ameaças que têm sido divulgadas através das redes sociais e nos debates em algumas estações emissoras do país, nos últimos dois meses.
O governante acrescentou que cada um pode fazer o seu comentário em relação ao fim de mandato do Chefe de Estado, mas que a Polícia da Ordem Pública vai cumprir o seu papel de garantir segurança a todos no exercício das suas funções.
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