Os partidos políticos da oposição em São Tomé e Príncipe criticam o atraso na apresentação do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2023, enquanto as centrais sindicais admitem “convulsão social” face ao congelamento dos salários da função pública.
O Executivo justifica os apertos financeiros com a derrapagem da economia verificada durante a anterior governação e as exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI), no quadro do acordo de apoio financeiro ao país, agora retomado.
O porta-voz do Movimento dos Cidadãos Independentes-Partido da Unidade Nacional, MCI-PUN, Aníbal Ferreira, lamenta a paralisia total do país nos últimos três meses, sem OGE, sem energia eléctrica e com o custo de vida a disparar dia após dia.
“O país está parado e temos que fazer algo para superar esta situação. Não podemos continuar a depender eternamente da comunidade internacional”, alerta o dirigente do segundo maior partido da oposição.
Por seu lado, o MLSTP- PSD, a principal força política da oposição e antigo partido do Governo, diz não compreender o atraso na apresentação do OGE.
“Estamos a funcionar por duodécimos. O OGE é um instrumento fundamental para a gestão financeira do país”, lamenta o vice-presidente Guilherme Octaviano.
A ADI, o partido que apoia o Executivo, sublinha a difícil situação financeira em que se encontra o país e aconselha a reorientação dos investimentos para projectos de crescimento económico.
“Os investimentos têm que ser canalizados para os sectores-chave. É preciso refazer muita coisa antes de avançar para a aprovação do orçamento”, defende o vice-presidente Orlando da Mata.
Por outro lado, o secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT-STP), Costa Carlos, alerta que o congelamento da massa salarial anunciado nesta terça-feira, 4, em Conselho de Concertação Social pode abrir caminho para “convulsão social”.
O Governo pede a compreensão dos sindicatos, face à violação do acordo de aumento gradual dos salários da função publica assinado em 2022 e justifica o aperto com a derrapagem financeira verificada na anterior governação e as exigências do FMI para continuar a apoiar o país.
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