Cerca de 65 por cento de famílias são-tomenses vive com o salário mínimo praticado no país, que é de 2.500 dobras, cerca de 100 dólares norte americanos.
Amedy das Neves está na lista de milhares de pais que alimentam a família com o salário mínimo.
“Ganho 2.500 dobras e mensalmente gastamos só com alimentação 4.500 dobras”, conta Amedy, cuja mulher é doméstica.
Ela faz gelado caseiro para vender nas escolas da comunidade e o marido quando termina o trabalho na Rádio Comunitária de Lembá, pega na máquina de costura.
“Eu também sou costureiro e aqui em casa também fazemos gelado para vender, se não for assim é muito mais complicado ainda suportar as despesas da nossa família”, conta à VOA.
Há anos que o salário da função publica em São Tomé e Príncipe deixou de ser pago no final do mês.
“Isto complica-nos ainda mais a vida. Temos que iniciar o mês a fazer dívidas até que o salário caia na conta, muitas vezes já ao meio mês e quando o salário entra é só pagar dívidas. Ficamos o resto do mês sem nada na mão”, acrescenta.
Amedy das Neves diz que depois de muito anos e com muito esforço construíu uma casa à base de madeira, mas agora o maior desafio tem sido o pagamento da factura da luz electrica e outras despesas, entre elas o transporte dos filhos para escola.
“É precisa muita gincana para poupar algum dinheiro", conclui.
Assim é a vida de mais de 65 por cento das famílias são-tomenses que vivem com o salário mínimo.
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