Os partidos da oposição em Moçambique, Renamo, MDM e a Nova Democracia, fizeram uma frente ampla para submeter na terça-feira, 29, ao Conselho Constitucional (CC), o recurso de contestação dos resultados das eleições gerais do passado dia 15 do corrente, que deram uma maioria qualificada da Frelimo no Parlamento e reconduziram Filipe Nyusi a um segundo mandato presidencial.
Os contestatários sustentam o recurso com base no que consideram de provas de "vários ilícitos registados", desde "a fase do recenseamento eleitoral, passando pela votação, até ao apuramento nacional dos votos”.
Os três partidos esperam do CC, órgão a quem cabe validar e proclamar os resultados eleitorais ,que considere “os factos” que vão apresentar, para anular o escrutínio que consideram estar envolto de “ilícitos criminais”.
“Há factos gritantes e suficientes para a anulação das eleições” disse à imprensa nesta segunda-feira, 28, Venâncio Mondlane, mandatário da Renamo e que falou em nome dos demais partidos.
De acordo com os resultados oficiais divulgados no domingo, 27, pela Comissão Nacional de Eleições, na eleição presidencial Filipe Nyusi conseguiu 73 por cento, Ossufo Renamo, da Renamo, obteve 21,88 por cento Daviz Simango, do MDM, com 4,38, e Mário Albino, do AMUSI, com 0,73.
No Parlamento, a Frelimo conseguiu eleger 184 dos 250 deputados, ou seja, 73,6 por cento dos lugares, enquanto a Renamo ficou com 60 e MDM seis parlamentares.
A nível das províncias, a Frelimo conquistou todos os governos províncias.
A abstenção chegou a 49,26 por cento.