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Opiniões divergentes sobre capacidade da PGR angolana em investigar director da Presidência


Edeltrudes Costa, director do Gabinete da Presidência de Angola (Foto de arquivo)
Edeltrudes Costa, director do Gabinete da Presidência de Angola (Foto de arquivo)

Edeltrudes Costa foi denunciado pelo facto de se ter beneficiado de contratos com o Estado sancionados pelo Presidente

As declarações da Procuradoria Geral da República de Angola de que está a "apurar dados para investigar Edeltrudes Costa, o actual director de gabinete da Presidência da República, João Lourenç,o estão a provocar opiniões divergentes sobre a viabildiade dessa investigação.

Procuradoria está a apurar dados sobre Edeltrudes Costa - 2:23
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De acordo com a denúncia feita pela emissora televisiva de Portugal TVI, o caso envolve a contratação de uma empresa de consultoria de Edeltrudes Costa num negócio que tinha como objectivo a modernização dos aeroportos angolanos e que terá rendido vários milhões de euros em contratos autorizados pelo Chefe de Estado angolano.

"Nós estamos também a ver o que se passa para podermos esclarecer devidamente o que é que aconteceu, porque muitas vezes não basta a denúncia pública, é necessário que esta denúncia venha acompanhada de mais alguns dados que nos permitam trabalhar com uma certa certeza”, disse na terça-feira, 20, o procurador-geral da República.

"Quando assim não é, temos que ir atrás para podermos ver se de facto há ou não uma prática ilícita", acrescentou Hélder Pitta Gróz, em declarações a jornalistas.

O jurista Agostinho Canando considera que Edeltrudes Costa, enquanto director de Gabinete da Presidência da República, ainda goza de privilégios e a investigação para apurar se há ou não uma prática ilícita, pode incorrer num afronta ao próprio Presidente,

“Eu acredito que em relação a este caso a PGR não irá a fundo porque o senhor Edeltrudes Costa ainda goza de privilégios”, disse o jurista para quem é João Lourenço que indica os magistrados do país, e todos têm uma dependência perante o Presidente da República.

“Quem indica os magistrados é o Presidente da República e passam todos pelas mãos de Edeltrudes Costa”, acrescentou.

Ainda assim, o analista político Rui Kandov entende que as declarações de Pitta Groz são um sinal positivo para o combate à corrupção.

“É um bom sinal claro para a sociedade em como a administração do Presidente João Lurenço está de facto comprometida com os valores republicanos e que como ele próprio nas vestes de presidente do MPLA disse ninugém é tão poderosos que não pode ser, julgado ou acompanhado pela lei”, justificou Kandov, dizendo "vamos esperar para ver qual será o desfecho deste caso”.

Até agora, o Presidente da República nunca se pronunciou sobre as denúncias que pesam sobre Costa, assunto que levou os angolanos às ruas em novembro para pedir a sua demissão.

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