O alegado caso de censura na TV Zimbo contra o jornalista e comentador Carlos Rosado de Carvalho continua a levantar interrogaçõesde vários estratos da sociedade.
Depois da Direcção da emissora ter rejeitado essaacusação, outras vozes se levantam rejeitando o desmentido da TV Zimbo.
Partidos políticos e jornalistas seniores repudiam o acto da TVZimbo e chamam a atenção para o regresso de velhas práticas de “ordens superiores” na Comunicação Social.
A TV Zimbo num comunicado da sua Comissão de Gestão rejeita ter praticado qualquer tipo de censura contra o espaço do comentador Carlos Rosado de Carvalho e diz que a TV Zimbo mantém a sua linha editorial aberta mas com responsabilidade.
A Comissão de Gestão daquela elevisão, agora sob controlo do estado, negou que tivesse censaruado o programa com o jornalista e economista carlos Rosado de Carvalho que pretendia abordar as alegações de que o chefe de gabinete do presidente Joao Lourenço Edeltrudes Costa tranferiu milhões de dólares de uma empresa sua para o estrangeiro proveniente de contractos com o estado angolano.
A TZ Zimbo disse que os temas de análise são de responsabilidade da empresa - ouvindo a opinião dos convidados - mas que neste caso o tema de Edeltrudes Costa “não constava da pauta editorial da rubrica "Direto ao Ponto", aprazado para a semana em vigor, o que, como é óbvio, não foi possível acatar tal solicitação”.
A TV Zimbo disse que Carlos Rosado de Carvalho recusou- se a abordar outro tema e que sem aviso prévio pôs termo à sua colaboração com a estação de televisão.
A comissão de gestão da TV Zimbo criticou tambóm o sindicato dos jornalistas que disse ter agido de forma “precipitada sem cumprir o preceito do contaditório que tanto defende baseando-se apenas de julgamentos das redes sociais” e apela ao sindicato para nãotomar decisões com ase em informaçõs “infudadas” e “irresponsáveis”.
O Sindicato de Jornalistas por sua vez já reagiu e diz que mantém o que disse que houve de facto um acto de censura ao comentador Carlos Rosado de Carvalho e que não se baseou em informações infundadas.
Sem gravar entrevista Teixeira Candido, dirigente do sindicato,considerou que a TV Zimbo tenta justificar o injustificável com o seu comunicado.
A UNITA maior partido na oposição também repudia o acto de censura da TV Zimbo e manifesta preocupação com o que considera acções de censura aos órgãos de comunicação social sob tutela do estado e solicita a rápida reprivatização de órgãos como a TV Zimbo e outros.
O deputado da UNITA Raul Danda considera que Carlos Rosado sofreu o mesmo tipo de censura que ele na TPA.
"Voltou-me à mente o que tinha acontecido comigo na TPA quando eu era comentador na estação pública eles deram-me uma série de temas para escolher um, fiquei impedido de abordar o tema e de um momento ao outro queriam que mudasse de tema que não tinha quase que relevância nenhuma”, disse.
“Estamos a ir novamente para uma situação em que vamos começar a ver uma Angola que não existe na média, Angola real da fome, do desemprego da falta de medicamento da miséria terrível vai começar a desaparecer e vai aparecer nos órgãos de comunicação na TPA 1, 2, 3, 4 e por aí fora uma Angola que ninguém conhece e que se vende lá fora”, acrescentou Raúl Danda para quem “é perigoso que assim seja".
Outro jornalista e também deputado agora sem representação partidária Makuta Nkondo rejeita tambem o comunicado da empresa afirmando que "houve sim claramente censura na TV Zimbo contra Carlos Rosado”.
Paa Makuta Nkondo “a mesma individualidade que procedia à censura na TPA o Paulo Julião é a mesma que hoje na TV Zimbo nas vestes de coordenador da Comissão de Gestão faz censura,”.
“A censura sobre o Rosado na TV Zimbo é um facto e não é o único caso, muitos analistas não são permitidos comentar na TV Zimbo, há uma lista muito criteriosa de analistas que devem aparecer naquela televisão", acrescentou
O jornalista Ismael Mateus que já foi secretário geral do SJA diz num texto publicado nas redes sociais com titulo "Partido no poder e a repetição de velhas receitas” considera que continua a haver um monopólio no segmento da televisão e imprensa diária e diz que isto colide com a lei de imprensa.
Ismael Mateus diz que sempre que se aproxima pleitos eleitorais voltam a verificar-se censuras nos órgãos como ocorreu na TV Zimbo com o espaço Direto ao Ponto e com o espaço Angola Urgente da TV Palanca.