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O dilema da reforma das Forças Armadas Moçambicanas


Celebração do Dia das Forças Armadas e Defesa de Moçambique, em Pemba, 25 de Setembro de 2021
Celebração do Dia das Forças Armadas e Defesa de Moçambique, em Pemba, 25 de Setembro de 2021

Analistas políticos divergem quanto à afirmação do Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas de Moçambique (FAM) que o país precisa modernizar o seu exército, uns considerando que isso não acontece por falta de vontade política, e outros dizendo que esta questão foi negligenciada por conta da pressão de doadores que entendem que os fundos devem ser investidos em programas de desenvolvimento.

Joaquim Mangrasse, naquilo que se pode considerar a primeira afirmação pública de um alto oficial das FAM, disse ser urgente modernizar o exército, face aos desafios atuais do país.

O dilema da reforma das Forças Armadas Moçambicanas
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"Há necessidade de repensar o sistema e o dispositivo de defesa nacional, precisamos de modernizar em meios e de investir em novas capacidades, usando o poder militar como factor decisivo para antecipar e responder à vantagem assimétrica do inimigo", sublinhou.

Entretanto, para o porta-voz da Renamo não há vontade política para modernizar as FAM e essa falta de vontade política começou a fazer-se sentir depois da assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992, quando se formou um exército único com elementos do Governo e da antiga guerrilha.

José Manteigas refere que a partir do momento em que as forças unificadas, durante o consulado do Presidente Joaquim Chissano, o Governo criou uma força paralela, a Unidade de Intervenção Rápida, justamente para debilitar as forças armadas, e a consequência disso é que temos hoje um exército com graves problemas, com défices de estratégia de combate e, sobretudo, de inteligência".

Contudo, o analista político e jornalista da cadeia internacional de Jornalismo Investigativo Luís Nhachote entende que Moçambique não modernizou as suas forças armadas por exigência de doadores, "de que o país não podia armar o seu exército porque ia para a rota do desenvolvimento".

Aquele analista política enfatiza ser por isso que a tentativa de organizar o exército acabou por combinar com o processo das dívidas ocultas porque foi necessário escondê-lo dos principais doadores, entre os quais as instituições de Bretton Woods.

Entretanto, o também analista político Lucas Ubisse diz que o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, devia ter indicado como é que essa modernização deve ou vai ser feita, com que meios e até quando, porque é obvio que o país precisa modernizar o seu exército".

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