Os ministros dos Transportes de Moçambique, Zâmbia, Zimbabwe, Tanzânia e Malawi, decidiram hoje, na cidade moçambicana de Nampula, a possibilidade da criação, em breve, de um posto fronteiriço comum ao longo do Corredor de Desenvolvimento de Nacala.
A iniciativa visa criar condições para facilitar o comércio e o desenvolvimento das infra-estruturas do sector dos transportes.
Paralelamente a isso, os cinco países decidiram acelerar os programas de captação de investimentos para as estradas e o porto de Nacala, ainda no corredor com o mesmo nome.
No geral, os cinco países dos chamados corredores do oriente, vão unir esforços para desenvolverem infra- estruturas nos corredores de desenvolvimento da Beira, Nacala, Limpopo, Mtwara e Dar es Salam, disse Fortunato Albrinho, Chefe de Relações Internacionais e Cooperação no Ministério moçambicano dos Transporte e Comunicações, responsável da delegação técnica de Moçambique à reunião regional desta 5ª feira, aqui na cidade de Nampula.
Relativamente a outras decisões, durante a Reunião Regional dos Países da SADC e Oriente Sobre Corredores de Desenvolvimento ficou acordado entre Moçambique e Malawi sobre a necessidade de facto da realização de estudos ambientais para determinar a questão da navegabilidade dos rios Chire e Zambeze.
Fortunato Albrinho explicou que a questão da navegabilidade dos dois rios Chire e Zambeze é sensível e mexe com a soberania, razão pela qual, Moçambique precisa de saber sobre as questões ligadas ao ambiente, biodiversidade, ecologia e segurança. Segundo ele, os rios Chire e Zambeze, do ponto de vista económico e social mexem com a população moçambicana.
Um dado novo nessa reunião ministerial é que, pela primeira vez, o Malaui concordou com Moçambique, na realização de um estudo prévio, antes de tudo, mas o encontro não determinou datas.
Falando exclusivamente à reportagem da VOA, Mohammed Sidik Mia, ministro dos Transportes e Infra-estruturas Publicas do Malawi disse que a cimeira de Nampula criou, de facto, algum acordo, sobretudo por se ter chegado à conclusão de que o estudo deve mesmo acontecer.
Disse ainda o ministro malauiano dos transportes, caso se chegue a conclusão de que os rios Chire e Zambeze oferecem condições de navegabilidade, o governo malauiano irá reduzir 60 porcento dos custos de importação.
Porém, Sidik referiu que o seu país, se encontra satisfeito em saber que Moçambique está a dar bons passos para a construção de uma linha férrea, ligando Tete no centro do país para Nacala, aqui em Nampula, passando por Malaui.
Sidik Mia disse que, em resultado dessa linha, o Malaui vai tirar vários benefícios, mas adiantou que, naturalmente, a via mais barata e viável seria um dia, ver o porto recentemente construído no Malawi a funcionar em pleno.