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Moçambique: Preço de gasolina continua alto, apesar de ter baixado noutros países


Maputo. Moçambique, Janeiro 2017
Maputo. Moçambique, Janeiro 2017

A Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas (AMEPETROL) diz não haver condições para baixar o preço dos combustíveis, e que em vez disso, se deve pensar em aumentá-lo, isto, apesar da queda que se tem registado, nos últimos meses, noutros países.

A posição das gasolineiras entra em choque com a do Governo, que afirma estar projectada para Outubro e Novembro, uma queda de preços dos combustíveis em Moçambique.

O Ministério de Economia e Finança diz que “a situação dos preços dos combustíveis líquidos, a nível internacional, estabilizou-se e está com uma tendência decrescente; já atingiu um pico de 120 dólares por barril, mas, neste momento, tem estado a ser negociado à volta de 95 dólares”.

Contudo, este não é o entendimento das gasolineiras, porque, para elas, em vez de se pensar em reduzir, o preço devia ser incrementado para alcançar os reais e actuais preços.

Para o secretário-geral da AMEPETROL, Ricardo Cumbe, “neste momento, o preço do gasóleo e gasolina, devia estar acima de 100 meticais (um dólar e meio) o litro.

"Estamos a falar de 115 meticais o litro de gasolina", disse Cumbe.

Esquemas

Ele referiu que pode “haver uma queda a nível da fonte, mas não se trata de uma queda que se possa manifestar automaticamente no preço de venda ao público aqui no país; por várias razões, incluíndo a fórmula usada para a fixação dos preços, que é uma média ponderada”.

Mas analistas entendem que esquemas ilícitos na cadeia dos combustíveis fazem com que os preços não baixem.

Um deles, Egídio Plácido, disse que os esquemas ilícitos na cadeia dos combustíveis vão desde a importação até à comercialização.

“Percebemos que há muitas comissões e há muitas pessoas, devidamente identificadas, que ganham dinheiro e não querem que os preços dos combustíveis baixem," disse Plácido.

O economista João Mosca fala também de esquemas de corrupção que nunca foram devidamente investigados em toda a cadeia dos combustíveis em Moçambique, "sobretudo porque os contratos não obedecem a princípios de transparência".

Por outro lado, Plácido entende Moçambique está a aproveitar-se das incertezas relativamente ao término do conflito russo-ucraniano para não baixar o preço dos combustíveis, que já podia ter baixado para cerca de 60 meticais o litro.

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