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Moçambique: O papel da Renamo e de Venâncio Mondlane no novo xadrez político


Venâncio Mondlane e Ossufo Momade
Venâncio Mondlane e Ossufo Momade

Analistas políticos enfatizam que Venâncio Mondlane não vai desaparecer do cenário político e que a Renamo continua a ter um papel importante

A Renamo, até agora principal partido da oposição em Moçambique, vai continuar a ser um ator relevante na discussão de políticas estruturantes no país, apesar dos resultados, de acordo com os dados da Comissão Nacional de Eleições, menos significativos alcançados no escrutínio do passado dia 9.

Esta é a leitura de analistas políticos que enfatizam que Venâncio Mondlane não vai desaparecer do cenário político pelo menos nos próximos 10 anos.

Moçambique: O papel da Renamo e de Venâncio Mondlane no novo xadrez político
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Dados da Comissão Nacional de Eleições, que ainda carecem de validação do Conselho Constitucional, indicam que a Renamo perdeu o seu eleitorado para o MDM e outros pequenos partidos, incluindo o Podemos, que emergiu da Frelimo, mas que os eleitores que roubou foram os da Renamo.

O analista político Dércio Alfazema diz que este cenário não é bom para a jovem democracia moçambicana "porque a Renamo faz parte de um contexto histórico democrático, mas também é um ator muito relevante para a estruturação política no país; as reformas que vão sendo feitas, incluindo a questão da descentralização, resultam da pressão e negociação entre o Governo e a Renamo".

Alfazema interroga-se, no entanto, sob que pretexto a Renamo vai fazer as suas reivindicações ‘’continuará este partido a ser um ator relevante para discutir as agendas estruturantes do país com o Governo porque nos últimos mandatos, Ossufo Momade, era prioritário para discutir questões estruturantes e o Presidente da Republica convidava-o para esse efeito, e espero que o presidente eleito, Daniel Chapo o convide para integrar o Conselho de Estado’’.

O também analista político Francisco Matsinhe considera também que, para o bem da democracia em Moçambique, o partido liderado por Ossufo Momade não vai deixar de ser relevante no debate político nacional "porque ainda há acordos que estão na fase de aplicação, entre os quais o referente à Desmobilização, Desmilitarização e Reintegração dos antigos guerrilheiros da Renamo, que é preciso cumprir para dissipar qualquer ameaça à paz que possa ocorrer".

Quanto ao peso de Venâncio Mondlane no xadrez político depois das eleições, o analista político José Machicame diz que, tendo em conta a forte mobilização popular que o candidato presidencial do Podemos consegue congregar e o grande mérito que ele teve na entrada deste partido no Parlamento, "Mondlane veio para ficar".

Machicame realça que provavelmente nos próximos 10 anos "ainda teremos Venâncio Mondlane porque ele ainda é novo, é carismático, é muito inteligente e politicamente muito bem preparado".

Aquele observador político não acredita, no entanto, que Mondlane venha a ser proclamado vencedor das eleições presidenciais em Moçambique porque o Conselho Constitucional vai validar os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições e que dão vitoria ao candidato da Frelimo, Daniel Chapo.

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