Moçambique aguarda com expectativa a decisão que sairá do encontro da Troika da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) sobre o contingente militar desta organização regional estabelecido em Cabo Delgado, numa altura em que o terrorismo se alastra a outras províncias moçambicanas.
O encontro do órgão de cooperação nas áreas de Política, Defesa e Segurança da SADC está agendado para Janeiro corrente, e será decisivo para a prorrogação ou não da presença da Missão em Estado de Alerta, que combate o terrorismo em Cabo Delgado.
O presidente Filipe Nyusi, que fez o anúncio, disse que a cimeira da troika é muito importante, e realçou que na luta contra o terrorismo, Moçambique defende uma resposta colectiva.
Nyusi anotou que "os terroristas que estão a matar pessoas na província do Niassa, fugiram da ofensiva das tropas conjuntas em Cabo Delgado".
"Nós teremos uma sessão da Troika em Janeiro e nessa altura vamos ver a decisão que será tomada; estamos a tratar a questão do terrorismo de uma forma global e não de uma forma localizada", realçou o estadista moçambicano.
Entretanto, o analista Fernando Lima antevê negociações mais complicadas, porque já foi difícil renovar o prazo que expirou em Outubro do ano passado, uma vez que a presença de um grande contingente custa dinheiro, que escasseia na SADC.
Esta situação torna-se mais preocupante numa altura em que no seio do contingente sul-africano integrado na missão da SADC começam a surgir sinais de um certo mal-estar, aparentemente, devido a problemas logísticos.
Fundamentalmente, os militares sul-africanos queixam-se da qualidade da comida.
Lima sublinha que apesar de o porta-voz do exército sul-africano ter desdramatizado a situação, a mesma não deixa de ser preocupante, "porque é sinónimo de um mal-estar dentro do contingente da África do Sul, que até agora é o maior estabelecido em Cabo Delgado".