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Moçambique de olho no financiamento dos BRICS


O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, o Presidente da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, e o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, na Cimeira dos BRICS de 2023.
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, o Presidente da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, e o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, na Cimeira dos BRICS de 2023.

Analistas dizem que Moçambique vê com enormes expectativas a possibilidade de cooperação com os BRICS, num contexto em que as outras fontes de financiamento externo não estão tão favoráveis, por o país ser considerado de alto risco, em termos de cumprimento dos seus compromissos financeiros internacionais.

Moçambique de olho no financiamento dos BRICS
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O Presidente Filipe Nyusi foi um dos convidados aos debates havidos durante a cimeira dos BRICS na África do Sul, na semana passada, e manifestou o interesse de Moçambique cooperar com aquele grupo, porque, realçou, se preocupa com o crescimento económico dos países e com a qualidade dessa expansão.

A economista Leila Constantino diz que uma cooperação com os BRICS é possível, porque Moçambique tem um grande potencial em quase todos os setores, sendo o extrativo aquele que está a dar mais visibilidade à sua economia, pelo que "não seria problema ter que cooperar ou negociar, embora seja um risco estarmos a colocar tantos fardos e tantas promessas por cima do setor extrativo, porque isso nos pode prejudicar no futuro".

"O problema de Moçambique não é a falta de parceiros de cooperação ou de fontes de financiamento, o principal problema é o que nós fazemos e como fazemos com o financiamento que temos com os vários parceiros internacionais", disse aquela economista.

Questões estruturais

Ela anotou que há questões estruturais que devem ser vistas, porque "podemos estar a ver esta cooperação com os BRICS como uma boa oportunidade, mas o problema é a forma de execução, o problema são as instituições e as pessoas que estão a gerir essas instituições para a execução dos planos".

"Fala-se nas oportunidades para o desenvolvimento de infraestruturas, mas há quantos anos estamos a receber financiamentos para desenvolver os setores agrícola e industrial, incluindo as próprias infraestruturas", questionou a economista, referindo que "até agora não conseguimos sequer ter produtos que a economia requer e aquilo que a população moçambicana precisa para a satisfação das suas necessidades".

Entretanto, o economista João Mosca diz que a cooperação que Moçambique pode estabelecer com os BRICS não é mais do que financiamentos externos, na medida em que outras fontes de financiamento não estão tão favoráveis por o país ser considerado de alto risco em termos de cumprimento dos seus compromissos financeiros internacionais, segundo as agencias de rating.

Filipe Nyusi refira-se, durante a sua intervenção nos debates da cimeira dos BRICS, enalteceu a perspectiva deste fórum, porque impulsiona a luta contra a pobreza, desigualdade social e desemprego nos países membros, nomeadamente, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

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