A Polícia da República de Moçambique (PRM) disse ter detido 371 pessoas durante as manifestações realizadas na quinta-feira, 25, dia em que foram anunciados os resultados finais das eleições que deram vitória à Frelimo nas Presidenciais, Legislativas e a nível dos governadores provinciais.
Fontes hospitalares e familiares denunciaram quatro mortes.
O porta-voz do Comando Geral da PRM acrescentou que pelo menos 20 pessoas ficaram feridas.
“Indivíduos de conduta criminosa protagonizaram manifestações desordenadas nas vias públicas, queimaram pneus nas rodovias, vandalizaram e destruíram bens públicos e privados, arrombaram estabelecimentos comerciais e saquearam vários bens”, afirmou Orlando Mudumane.
Ele ainda elencou 19 casos de desordem pública, 17 estabelecimentos saqueados e vandalizados, 11 vandalização de instituições públicas e privadas, duas viaturas incendiadas e uma tentativa de invasão de um posto policial.
Aquele porta-voz não se referiu a mortes, mas na província de Manica três pessoas morreram nos confrontos entre a Polícia e manifestantes na capital Chimoio, de acordo com o hospital.
Em Nampula, a Voz da América confirmou um morto nos protestos de ontem.
Durante o dia, em Maputo, houve uma presença policial musculada durante o dia, mas ao cair da noite, na Estrada Circular de Maputo, concretamente no Município da Matola, um grupo de manifestantes começou a incendiar pneus e a montar barricadas, impedindo a circulação normal dos carros.
A Polícia foi obrigada a intervir para dispersar os manifestantes.
Os protestos mantêm-se hoje em alguns bairros da capital, em resposta aos pedidos feitos por Venâncio Mondlane, candidato presidencial apoiado pelo Podemos, o segundo partido mais votado para o Parlamento, que denuncia fraudes e diz que vai recorrer ao Conselho Constitucional.
Ontem, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) confirmou que o candidato da Frelimo, Daniel Chapo ganhou as eleições presidenciais de 9 de outubro, com 70, 67 por cento dos votos.
O candidato apoiado pelo Podemos, Venâncio Mondlane, com 20,32 por cento, foi o segundo colocado, enquanto o grande derrotado foi o presidente da Renamo, maior partido da oposição, Ossufo Momade, com apenas 5,81 por cento.
Lutero Simango, do MDM, conseguiu 3,21 por cento.
No Parlamento, a Frelimo aumentou em 11 o número de deputados, para 195, o Podemos passa a ser a segunda força, com 31 deputados, a Renamo, até agora maior partido da oposição elegeu apenas 20 e o MDM quatro.
A Frelimo elegeu os 11 governadores provinciais.
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