A Frente Patriótica Unida (FPU) condenou os assassinatos em Moçambique e pediu que golpes constitucionais sejam punidos pela comunidade internacional.
Em conferência de imprensa nesta quarta-feira, 23, em Luanda, o presidente da UNITA, líder da FPU, integrada ainda pelo Bloco Democrático (BD), o PRA-JA - Servir Angola e uma representação da sociedade civil, pediu a anulação do Censo e a responsabilização dos autores do tráfico de combustível, em Angola, especialmente para a República Democrática do Congo (RDC).
“A Frente Patriótica Unida condena, nos termos mais veementes e enérgicos, os assassinatos políticos do Dr. Elvino Dias, assessor jurídico do candidato às eleições presidenciais moçambicanas, Venâncio Mondlane, e do Dr. Paulo Nguambe, mandatário do partido Podemos, ocorridos no dia 19 de Outubro de 2024″, afirmou Costa Júnior que instou "as instituições angolanas e a comunidade dos países de língua oficial portuguesa (CPLP), a pronunciarem-se sobre os atentados à vida, sobre a restrição às liberdades de manifestação e a desvirtualização da verdade eleitoral".
Fim de golpes constitucionais
O líder da oposição em Angola manifestou, em nome da FPU, "solidariedade com o povo moçambicano na certeza de que a sua luta pela alternância democrática é também a nossa luta e a de todos os povos africanos pela liberdade, pelo desenvolvimento e justiça social" e ainda "conclama ao povo angolano para continuar a apoiar a mudança em Moçambique”.
Em relação à situação naquele país, que se agravou depois das eleições do passado dia 9, marcada por acusações de fraude e o assassinado de dois apoiantes de Mondlane, Costa Júnior afirmou que "é tempo de se acabar com os golpes institucionais, é tempo destes golpes merecerem as mesmas punições que são aplicadas aos golpes militares”.
A nível nacional, num longo discurso, o líder da FPU elogiou a legalização do PRA-JA Servir Angola, que "acolhe com entusiasmo" e classificou o novo partido comp um "parceiro firme nesta frente".
"A Frente Patriótica Unida felicita os membros da Comissão Instaladora do PRA-JA Servir Angola pela sua resiliência nesta luta pela legalização, que durou cerca de cinco anos", continuou Costa Júnior, que destacou que a FPU "está ciente que tudo fará para abortar os intentos do regime para combater a Frente Patriótica Unida e estimulará a unidade no seio da Frente Patriótica Unida”.
Anulação do censo
O censo geral da população em curso também foi alvo da FPU que "exige a anulação do censo e a sua reformulação para ser executado de forma séria e credível, por forma a ser um instrumento útil para a gestão do país”, disse.
Costa Júnior justificou o pedido com "a desorganização manifesta no processo" e porque "o Governo falhou na programação, na logística e na gestão dos recursos humanos”.
Responsabilização de criminosos
Outro assunto abordado pelo presidente da UNITA como líder da FPU, foi o tráfico de combustível e pediu responsabilização.
“O Presidente da República, no seu discurso sobre o Estado da Nação, não tendo nada de substancial para apresentar sobre o combate à corrupção, decidiu enlamear os deputados, lançando sobre todos eles a ignomínia e suspeição de que poderão estar envolvidos no tráfico de combustíveis. As suas palavras seriam uma forma de compensar as afirmações do seu auxiliar, chefe da Casa de Segurança, que acusou publicamente membros do Executivo, comissários da Polícia Nacional e generais das Forças Armadas Angolanas de estarem envolvidos neste nefando tráfico”, apontou Costa Júnior que pediu a responsabilização dos implicados.
“A Frente Patriótica Unida insta o Presidente da República a informar à opinião pública e aos órgãos de justiça quem são, efetivamente, os altos responsáveis que estão implicados no contrabando de combustíveis”, concluiu.
Além de Adalberto Costa Junior, líder da UNITA, estiveram presentes, Filomeno Vieira Lopes presidente do Bloco Democratico, Abel Chivukuvuku coordenador do PRA-JÁ Servir Angola. e outros membros da FPU.
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